Cartas à Directora

Antes foi a mobilidade, agora a requalificação

Dois termos para o Estado descartar trabalhadores de organismos estatais. O sindicato diz, com razão, que aqueles eufemismos querem dizer na prática — despedimentos encapotados. Está em marcha uma sangria. A imprensa refere quase 700 funcionários(!), a varrer do Instituto da Segurança Social. Ser "requalificado" está a ser penoso e dramático para quem não tinha mãos a medir nos seus afazeres e agora não pode desenvolver as suas aptidões profissionais, que respondiam a premências e urgências, e fica a receber (de mãos a abanar, um desperdício) pouco mais de metade do seu salário durante um ano... se tiver vínculo de nomeação ou que tenha sido admitido até ao ano de 2009. Todos os outros são selvaticamente despedidos! O desgoverno enche a boca com a criação de emprego... mas atira para o desemprego, fome, depressão... quase 7 centenas de trabalhadores com tanto, tanto trabalho social que espera e desespera. Uma contradição ou um crime?! A redução destes profissionais vai originar ainda mais incapacidade de resposta e empobrecimento dos Serviços Sociais, para as urgências do quotidiano no acompanhamento de creches, jardins-escolas e lares com acordo de cooperação com o Estado. Estas pessoas ficarão entregues a si mesmas e de mão estendida... Ficarão desamparados velhos, crianças e famílias. A demolição social não pára. Todos os "requalificados" estão a ser tratados como meros números pelo ministério da (in)Segurança (a)Social. São maioritariamente Assistentes Operacionais, na base da pirâmide hierárquica, que não têm vez e pouca voz.

“Esta redução significativa de efectivos corresponde à linha [de ofensiva] ideológica do Governo de tornar o Estado cada vez mais mínimo e entregar isto às IPSS”, disse ao PÚBLICO, Paula Nogueira, Educadora de infância. Entregar às IPSS, significa  entregar, sobretudo, à Economia Social, ao negócio... Assiste-se ao Estado residual para com as preocupações sociais, note-se o corte e recorte de milhões de euros nas prestações sociais. Em contrapartida Estado máximo para com a banca, onde o péssimo exemplo do BES/GES é ilustrado através da injecção de muitos milhões (de quase todos nós) através da CGD, em que o primeiro-ministro e a ministra das Finanças negaram a realidade e esta procissão ainda nem saiu da igreja... Há solução nesta enorme decadência até moral que se vai instalando como coisa “normal”. Assim o queiramos.

Vítor Colaço Santos, S. João das Lampas

Certo ou errado?

Nunca mais ninguém se entende com a devassa pública com tudo o que deveria estar em segredo de justiça. Grita o ofendido, vocifera o prevaricador. E como ninguém se entende, continua tudo como dantes: cada um faz o que quer ou lhe dá na real gana. Salve-se quem puder, porque, afinal, ninguém quer remediar o que está mal.

E como em casa onde não há educação, os mal-educados julgam ter a razão.

E, assim continuando, a justiça em Portugal ‘tem dias’, ou comporta-se como os ‘interruptores’: ora estão para cima, ora estão para baixo, ao sabor de quem os manipula.

E, nesta pessoal cavaqueira que comigo faço e saltando de assunto, confesso que não estou de acordo com a não presença de Portugal na Expo 2015 em Milão, pois eu até daria para tal peditório orçado em cerca de oito milhões de euros, coisa pouca para o vendedor ambulante Paulo Portas.

Bastava, para tal, ir à excelsa Família Espírito Santo pedir parte dos milhões da negociata dos submarinos que, segundo se sabe, foram de cerca ou mais de 14 milhões.

Certo ou errado, senhores das Finanças Públicas?

José Amaral, Vila Nova de Gaia

O PÚBLICO errou

No artigo Costa auto-elogia-se para mostrar a Passos quem gere bem publicado no domingo, dia 28 de Fevereiro, afirmava-se na legenda da fotografia que Rui Moreira tinha estado no encontro dos socialistas, em Santarém. Na verdade, apesar de o programa oficial prever a presença do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira acabou por declinar o convite do PS. Aos leitores e aos envolvidos, as nossas desculpas.

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