Cartas à Directora

Condecoração a José Sócrates

Andam por aí umas figuras gradas do Partido Socialista pressionando para que o ex-Primeiro Ministro José Sócrates seja condecorado pelo Presidente da República. Uma dessas figuras – Manuel Alegre – lembra que, como justificativo dessas pressões, “José Sócrates é o único Primeiro Ministro que não foi condecorado”. Ora isto, por si só, não me parece argumento suficiente para justificar uma condecoração.

Eu continuo a pensar que as razões para alguém receber das mãos de Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, a Grã Cruz da Ordem Militar de Cristo, se deverão fundamentar no reconhecimento generalizado do profícuo e eficiente desempenho das respectivas funções e dos consequentes benefícios recolhidos pela Sociedade.
Houve benefícios para o País a creditar ao consulado de José Sócrates? Certamente que houve. Mas também houve incontáveis prejuízos que pesam negativamente no seu desempenho, e que se verificaram devido a decisões mal fundamentadas – dele e de seus ministros.

Lembro a “febre” da construção de Auto Estradas, muitas absolutamente desnecessárias – como o constata o reduzidíssimo tráfego que lá se verifica.

Lembro o frenesim do projecto do novo aeroporto de Lisboa – primeiro na Ota, depois no Montijo – a enormidade de trabalho realizado em estudos, em avaliações, em propostas, etc.

Lembro, finalmente, o comboio de alta velocidade. Os estudos que se fizeram, os pareceres que se procuraram, os consultores que foram solicitados, a enormidade de propostas avaliadas!

E tudo isto rigorosamente para nada! E o dinheiro incontável que foi enterrado nestas aventuras – e cujo montante, os contribuintes desconhecem – certamente que faria muito jeito para minorar a gravidade da nossa presente situação.

Acham que este despesismo descontrolado, este esbanjamento sem medida do dinheiro dos contribuintes é compatível com a atribuição de qualquer condecoração? Eu acho que não.

João Pereira Gaio, Lisboa

Orçamento 2015

Volta a ter um novo aumento de impostos sobre o trabalho, sendo intenção do Governo cobrar quase €1 000 milhões de IRS e IVA, mas as contrapartidas do Estado Social diminuem! O IRC desce ainda mais. Esta taxa de imposto sobre os lucros das (grandes) empresas descerá até aos 21%. O corte (Passos Coelho chama-lhe «poupança») de €740 milhões na escolaridade obrigatória e o aumento de impostos sobre a habitação são apenas duas de muitas injustiças de que enferma o OE15. Os Funcionários Públicos, nestes três últimos anos de política anti-social, ficaram sem €9 mil milhões!

Foram batidos todos os recordes: de desemprego, de pobreza, de fecho de escolas públicas, de encerramento de Centros de saúde e cortes nos serviços dos hospitais do que resta do SNS. Nunca há folga para quem trabalha, ainda assim, há sempre mais folga para a banca e grupos económicos. Este OE15 ignora o impacto resultante da incalculável fraude do BES/GES. Porquê? O «novo ciclo» prometido pelo Governo, afinal foi uma mentira. Este OE15 – comprova-o!

Vítor Colaço Santos , S. João das Lampas

    

 

 

 

     


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