Cartas à Directora

A Queda do Império Salgado

Não param as notícias sobre o Grupo Espírito Santo (GES). Sobretudo acusações ao seu presidente – e não único responsável – Ricardo Salgado (R.S.) de branqueamento de capitais, de falsificações, de manipulação de mercado e de outras irregularidades que também praticam outros banqueiros em todo o mundo e a que também não escapa a banca pública quando gerida por títeres de banqueiros e de especuladores. Afinal, para que servem as “off-shore”? Até temos uma na Madeira porque, argumenta-se, atraem os capitais. Ainda há ingénuos crentes de que é possível impedir o domínio do poder político pelo poder económico, os mesmos que acreditam no capitalismo solidário… James Tobin (1918-2002), Nobel da Economia de 1981, demonstrou há mais de meio século que, se fosse aplicada uma taxa de 0,1% a todos os movimentos financeiros, seriam obtidos recursos para acabar com o flagelo da fome em todo o mundo no prazo de cinco anos. Merkel sugeriu recentemente a sua aplicação na UE. A City mandou-a calar-se e o tema morreu… Desde sempre foram noticiados, timidamente embora, os casos delituosos na banca. O supervisor revelou-se invisual quanto ao BPN, ao BPP, ao BCP e não só, o que não impediu a sua promoção de governador do Banco de Portugal a vice-presidente do Banco Central Europeu… Agora um tsunami caiu no GES e eu, como bancário reformado ao fim de 37 anos de BES, receio não vir a saber, apesar de tantas notícias, a quem ou a que interesses nacionais ou internacionais R.S. pisou os calos.

M. Gaspar Martins, Porto

 

Carta ao Presidente da República

Acabo de ver na televisão imagens da visita do Presidente da Republica a Timor. Como sou surda, não tenho a certeza de tudo que ouvi. Posso portanto estar a ser injusta mas pergunto: Será que o Sr. Presidente não se lembrou de mencionar os Portugueses (e Timorenses) mortos em Timor durante a ocupação japonesa e o campo de concentração em Liquiçá – a dois instantes de Díli? Talvez o Sr. Presidente não esteja muito a par desses acontecimentos pois Salazar quis que ficassem ignorados e esquecidos. Eu como sobrevivente desse campo não posso deixar de me sentir revoltada. Mas como disse atrás, talvez eu não tenho ouvido tudo – é essa a minha esperança.

Mariazinha Afonso dos Santos, Lisboa

 

Esclarecimento da Câmara de Lisboa

A propósito da notícia publicada na edição de Lisboa de sábado, com o título “CML pode ter de devolver 45 milhões do negócio do Vale de Santo António” , o gabinete do vice-presidente da Câmara de Lisboa enviou ao PÚBLICO a seguinte nota: “A dívida [adiantamento de 45 milhões de euros feito à EPUL no âmbito do negócio que está agora em tribunal]  já está nas contas da EPUL (e já consolidada com a CML para efeitos de endividamento desta). Qualquer que seja a resolução do processo (aceitação dos terrenos pela empresa ou condenação do município a devolução do dinheiro), a consequência é a diminuição da dívida e não o aumento.”

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