Almoçageme é tudo

Almoçageme é uma aldeia pequena. Mas cada pessoa que cá vive é grande.

No Domingo, no Largo de Almoçageme, mostrou-se, com muita comparência e muito coração, o Cortejo de Oferendas e Leilão que ajudam a pagar as maravilhosas festas em honra da Nossa Senhora da Graça.

Costumava ser em Agosto porque as festas são em Outubro. Mas este ano as coisas atrasaram-se. Mas não foi por causa de se atrasarem que se deixaram de fazer. Há festas mais antigas em Portugal. Mas nenhumas são mais antigas e ininterruptas do que as de Almoçageme. Há século e meio que não falham.

Almoçageme é uma aldeia pequena. Mas cada pessoa que cá vive é grande. As pessoas que cá vivem amam Almoçageme. Não por devaneio, teimosia ou vaidade: com razão. Uma aldeia tão amada como Almoçageme torna-se, por definição, um amor. Um amor real.

Nesse Domingo vi um almoçagense, meu amigo, a decorar o coreto para o leilão. Não vou dizer o nome dele, porque ele não gosta de menções. Basta dizer que é uma das pessoas que mais trabalha em Almoçageme e mais ajuda quem por cá vive ou passa.

Ontem fui ter com ele, confessando a minha admiração por ele. Como é que ele, que tanto trabalha, ainda tem amor (o tempo e a energia já não contam, ao pé de tanto amor) para gastar as poucas horas que lhe restam de semanas seguidas de trabalho para ajudar as festas? Sendo ele, para mais, um dos dadores e participantes mais activos das festas?

Deu-me, este meu herói, o maior sorriso que já vi e disse-me assim: "Almoçageme é tudo para mim".

E para muitos como ele. Aqui.

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