O futuro sai barato

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A Toyota Caetano emprestou-me um Prius Plug-in e é nele que temos andado nestes últimos dias. Na verdade são três carros: um eléctrico, que se liga à ficha de casa e carrega em hora e meia; um híbrido que aproveita o motor a gasolina para carregar uma bateria grande e, caso se queira, prego a fundo, é um carro de 1,8 litros que se deixa conduzir como quem não quer saber do ambiente ou do dinheiro (embora aproveite sempre para ir carregando a bateria).

É um carro pedagógico: explica-nos que ser forreta ajuda a salvar o planeta e a reduzir a nossa dependência de países petrolíferos com regimes políticos desumanos. Ensina-nos a conduzir; a não ter pressa; a sermos responsáveis: poupando-nos muito dinheiro. É uma lição irresistível.

Com hora e meia de electricidade "da companhia", dá para andar 20 e tal quilómetros, desde que não se ande depressa e se vá recarregando os 18 quilómetros com que se parte, desacelerando e travando nas descidas.

É um inferno para os motoristas que seguem atrás de nós: ver-nos a andar a 50 à hora e a travar vinte vezes numa descida, para ganhar cem metros à borla. Não sabendo que estamos a salvar o planeta, praguejam e fumegam e gritam. São selvagens. Que Maya, a deusa da Terra, tenha pena deles.

Para nós, é o paraíso. Deslizamos, sem barulho nem despesa, com a maior das calmas e a mais leve das consciências. O carro é grande e muito confortável e tudo funciona como um Toyota de um futuro que já chegou.

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