O Euro por YouTube

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"O que é "um televisor"?" já era uma piada velha na Internet há dez anos atrás. Já valia, em comunidades como o MetaFilter, a resposta, primeiro irónica e logo depois sarcástica, de this joke never grows old, com o sentido de a piada ser resistente às repetições. Tinha sempre piada (not!), por ser sempre fresca, sempre imortal, como se tivesse acabado de ser inventada.

Para quem tem de ver o Euro online e de borla, é preciso desde já dizer que ter televisor e Sport TV (ou uma caixa Sky) é muito melhor. A Internet pode ser muito boa, mas não é nada boa quando se quer ver os jogos enquanto acontecem. Há milhões de canais piratas que prometem transmissões directas mas só querem sugar pormenores pessoais. É a versão século XXI do there"s no such thing as a free lunch: se queremos ver futebol à borla, temos de pagar com outros incontáveis sofrimentos, como responder a inquéritos estúpidos e oferecer o nosso endereço de email pessoal a quem quer que seja que nos quer chatear.

Nos Euros de 2004 e 2008, tive a sorte de escrever diariamente para o excelentíssimo O Jogo, um jornal que me tratou como se fizesse parte da família e me pagou sempre bem, conforme o combinado, a horas e sem truques. É uma honra infelizmente rara. Nem um cêntimo me deve. Para mais, cada crónica que mandava era bem recebida. Tenho saudades.

O PÚBLICO também é do Porto: também tem o mesmo brio. Oxalá a falta de televisor se transforme numa (boa) qualidade.

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