Não é preciso andar muito longe em Lisboa para encontrar publicidade ao que está a acontecer na televisão portuguesa. Ele são cartazes para Rosa Fogo, a nova novela da SIC, ou para o Secret Story 2, ou para Camelot na Fox ou para Falling Skies no Syfy - esperem aí, pausa, volta atrás. Enquanto os canais generalistas de sinal aberto promovem as suas novelas e os seus reality-shows, os canais de cabo promovem as estreias das suas séries de ficção americanas. É um bom exemplo de algo a que se chama "divórcio" entre os decisores e o público, em nome da guerra das audiências pelo mercado da publicidade: existe público para ver séries em horário nobre, e não tenho dúvida nenhuma que a recente liderança do cabo nas audiências reflecte isso. Mas - mesmo sabendo das obrigatoriedades de exibir programação em português em horário nobre - os generalistas continuam a insistir em encher o horário nobre com novelas e reality-shows. Os resultados estão à vista: Setembro vai a meio e o cabo continua a liderar as audiências, porque oferece aquilo que os generalistas acham que não tem audiências suficientes para sustentar a sua necessidade de publicidade...

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