cartas à directora

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Telefone: 210 111 000A "dignidade do espaço"

Transcreve o PÚBLICO de 7 de Junho que doravante os alunos devem "cuidar da sua higiene pessoal e apresentar-se com vestuário adequado, em função da idade, à dignidade do espaço e das actividades escolares".

No final dos anos 50/princípios de 60, no Liceu Maria Amália onde andei, a "dignidade do espaço" exigia: que não se usassem mangas à cava; que se usassem soquetes; se alguém mais abonado se apresentava com meias de vidro, estas só eram permitidas se tivessem costura atrás (???); tudo de bata branca, de altura e corte definidos pela escola, com uma etiqueta com o ano, a turma e o número para uma rápida identificação de alguma prevaricadora; e mais não me lembro mas havia certamente.

Como era directora de turma, para gozar com eles, fiz a lista exaustiva das proibições que escritas e afixadas na parede "para lembrar aos alunos", eram de um ridículo avassalador e foram rapidamente retiradas. Ah, era também proibido atravessar o Parque Eduardo VII, ter um rapaz à porta da escola à espera... (então, sr. ministro da Educação, inspire-se!!!). Mais tarde, já na faculdade e aquando de uns incidentes na cantina, levei mais um mês de suspensão por estar impropriamente vestida para uma senhora (ou seja, de calças).

Pergunto: e chegar à escola com a barriga a dar horas é adequado à dignidade do espaço? E se os pais desempregados ficarem com a água cortada como se faz a higiene? E se a roupa estiver esgarçada, os ténis cambados, porque não há dinheiro para mais?

"Ar livre que não respiro/ Ou são pela asfixia/ Miséria de cobardia Que não arromba a janela/ Da sala onde a fantasia,/ Estiola e fica amarela!" (Miguel Torga)

Margarida Garrido, Lisboa

Educação visual

Não é de estranhar que a disciplina de Educação Visual e Tecnológica cause embaraços ao Ministério da Educação e por isso queira reduzir o número de horas leccionadas. Em Castro Daire, alunos de uma escola básica, utilizando materiais reciclados, satirizaram o primeiro-ministro apresentando-o "enforcado" com alguns cartazes alusivos à dívida do Estado. A Câmara local, num gesto de boa vontade, talvez esperando uma baixa na retenção do IMI, mandou retirar a "forca".

Mas não é o povo que anda com a forca na garganta? E quem a manda retirar? (...)

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

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