Coronavírus: Medidas de apoio ao trabalho e às famílias têm impacto de dois mil milhões por mês

Parceiros sociais apresentam até terça-feira propostas de medidas

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Ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho LUSA/RODRIGO ANTUNES

As medidas de apoio às famílias e de manutenção de postos de trabalho, avançadas pelo Governo perante o desenvolvimento do novo coronavírus, vão ter um impacto de dois mil milhões de euros por mês, estimou hoje a ministra do Trabalho.

“Só nas medidas de apoio às famílias e de manutenção dos postos de trabalho que aprovámos, nós temos um impacto previsível de cerca de dois mil milhões de euros por mês”, disse e Ana Mendes Godinho, que falava aos jornalistas, em Lisboa, no final da reunião extraordinária de Concertação Social.

Segundo a ministra, a situação, neste momento, impõe que o executivo tenha de “estar permanentemente a avaliar as medidas que devem ser tomadas com a preocupação de não” se saber “quanto tempo durará esta situação”.

A governante explicou que, neste momento, só é possível detalhar o custo associado à medida de apoio às famílias, que se fixa em 294 milhões de euros e é definido em função do número de agregados com crianças até aos 12 anos, ou seja, 750 mil.

Já o gasto associado às outras medidas é calculado por trabalhador, portanto, “os cenários são vários, conforme a variação da situação”, referiu.

Os parceiros sociais têm até ao final desta terça-feira para apresentar ao Governo dúvidas ou propostas de medidas para fazer face ao impacto do novo coronavírus, anunciou também a ministra.

“Reunimos hoje com os parceiros […] para analisarmos a situação que vivemos e também para a identificação e sinalização de algumas medidas de urgência que aprovámos, e também pedimos aos parceiros, até ao final de amanhã [terça-feira], que nos apresentem propostas concretas de medidas para clarificar ou para os próximos tempos”, afirmou Ana Mendes Godinho, que falava aos jornalistas, em Lisboa.

Segundo a governante, na reunião foi também apresentado aos parceiros sociais o ponto de situação das medidas de apoio às famílias e de manutenção dos postos de trabalho, já aprovadas.

Ana Mendes Godinho adiantou que a principal preocupação é garantir que “as empresas continuam a pagar salários, que mantêm os empregos e que têm capacidade de tesouraria e liquidez”.

Adicionalmente, o Governo comprometeu-se com os parceiros a apresentar o “acompanhamento permanente” das medidas de apoio.

A ministra disse também que foi transmitida a necessidade “de um esforço colectivo” para ultrapassar os impactos decorrentes da Covid-19.

“A situação que vivemos é muito difícil e exige, por parte de todos, esforço, partilha de recursos e uma grande responsabilidade”, destacou.

O coronavírus responsável pela pandemia da covid-19 infectou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.850 morreram. Das pessoas infectadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

Portugal registou hoje a primeira morte, anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido. Há 331 pessoas infectadas até hoje, segundo o boletim diário da Direcção-Geral da Saúde (DGS). Dos casos confirmados, 192 estão a recuperar em casa e 139 estão internados, 18 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou uma reunião do Conselho de Estado para quarta-feira, para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência.

Portugal está em estado de alerta desde sexta-feira, e o Governo colocou os meios de protecção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.

Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo suspendeu as actividades lectivas presenciais em todas as escolas a partir de hoje, e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.

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