A nova assistente digital da BBC vai chamar-se Beeb

Vai chegar em 2020 com o objectivo de tornar os serviços de programação do canal mais interactivos e personalizados, sem que a empresa dependa de multinacionais tecnológicas.

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Reuters/Neil Hall

A BBC está a trabalhar numa assistente digital para ajudar os utilizadores a navegar no site, nas aplicações e nos serviços do canal público de rádio e televisão no Reino Unido. Deve responder ao nome de Beeb, um nome semelhante à alcunha pela qual a BBC é conhecida no país – “a Beebs”.

A informação foi anunciada esta segunda-feira pela BBC, que diz que a assistente deve ser lançada em 2020. O objectivo não é competir com outras assistentes digitais já no mercado – como a Alexa, da Amazon, a Siri da Apple, a Bixby da Samsung, ou o Google Assistant – mas tornar os serviços de programação do canal mais interactivos e personalizados. 

“Há uma procura maior das pessoas para aceder a programas e serviços com a sua voz,” justifica um porta-voz da BBC, num email enviado em resposta a questões PÚBLICO. De acordo com a estação de televisão e rádio pública, um em cada cinco adultos tem uma coluna inteligente em casa – e outros tantos milhões têm nos telemóveis assistentes que podem ser activados por voz. É um mercado em crescimento, com a analista IDC a prever que em 2019 sejam vendidos 144,3 milhões de colunas inteligentes (em 2018 foram vendidos 75 milhões de colunas). 

“[Ter uma assistente própria] permite experimentar com novos programas, funcionalidades e experiências, sem precisar da autorização de fora para a construir de certa forma”, continua o porta-voz da BBC.

A notícia chega numa altura em que a BBC está a retirar algum dos seus produtos de áudio de serviços de terceiros. Em Março, por exemplo, o canal inglês começou a impedir vários dos seus podcasts de aparecerem em aplicações do Google, como o Google Podcasts, e nos resultados dados pelo Google Assistant. Mais recentemente, a BBC também removeu várias das suas estações de rádio ao vivo do serviço de streaming TuneIn. Devem passar a ser todos geridos pela Beeb.

“As pessoas estão preocupadas sobre a forma como os dispositivos [de voz] usam os seus dados”, lê-se no comunicado enviado ao PÚBLICO. Recentemente, a Amazon, Facebook, Google e a Apple têm sido alvo de atenção negativa por admitirem empregar pessoas para avaliar excertos de áudio gravados nos seus serviços. “A [Beeb] representa outro marco para garantir que os valores do serviço público podem ser protegidos num futuro potenciado pela voz.”

A empresa acrescenta que o projecto está a ser realizado pela mesma equipa que trabalha no programa CBeebes Bedtime stories, um programa de áudio em que celebridades – como Ewan McGregor e Tom Hardy – contam histórias de embalar a crianças. Para já, a empresa está a pedir a trabalhadores da empresa em diferentes pontos do país para enviarem gravações de voz para ensinar a Beeb a reconhecer diferentes sotaques e expressões.

A empresa não tem planos para lançar a sua própria coluna inteligente, mas vai disponibilizar o software da Beeb a fabricantes que a queiram incluir nas suas colunas.

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