"Justiceiro" Rodrigo Duterte deverá ser o novo Presidente das Filipinas

Presidente da Câmara de Davao City defende assassinatos extrajudiciais para acabar com o tráfico de drogas e a criminalidade em geral.

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Rodrigo Duterte deverá ser eleito Presidente das Filipinas Erik De Castro/Reuters

Um dos políticos mais polémicos das Filipinas, conhecido como “justiceiro” por suspeitas de mandar executar traficantes de droga e outros criminosos, deverá ser o próximo Presidente do país, de acordo com os primeiros números avançados após o fecho das mesas de voto.

Rodrigo Duterte é eleito presidente da Câmara de Davao City há sete mandatos consecutivos, num total de mais de 22 anos, e concorreu como bandeira da luta contra a corrupção e o crime organizado.

Cinco horas após o encerramento da votação, Duterte seguia com 39% dos votos, de acordo com um dos observadores, citado pela agência Reuters. Este valor coincide com os resultados de uma sondagem feita à boca das urnas.

Questionado sobre a sua mais do que provável vitória pela CNN Filipinas, Duterte deu uma resposta confusa: “Por vezes sou vitorioso e vencedor, por vezes há sempre derrotas e ficamos tristes, por vezes estamos doentes ou saudáveis. É assim que o Universo se rege todos os dias.”

O candidato populista, de 71 anos, tem sido comparado ao norte-americano Donald Trump, pelo desafio à política convencional. Tal como Trump, Duterte conseguiu canalizar o descontentamento da população com o falhanço dos políticos tradicionais, que não conseguiram resolver os problemas relativos à pobreza e às desigualdades, apesar de um crescimento económico sólido ao longo dos anos.

Mas a sua retórica inflamada, em defesa de assassinatos extrajudiciais para eliminar o tráfico de drogas e a criminalidade em geral, alarmou muitos dos que temem um regresso ao passado autoritário no país.

Quando estavam contados 70% dos votos, Rodrigo Duterte tinha 12,1 milhões de votos, bem à frente da senadora Grace Poe e do candidato apoiado pelo governo, Manuel Roxas – ambos com pouco mais de seis milhões de votos. 

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