17 quadros de Rubens, Tintoretto ou Mantegna roubados de museu em Verona

As obras levadas por três homens na noite de quinta-feira são avaliadas em 15 milhões. Acredita-se que, por trás do roubo, dado o carácter profissional do mesmo, estará um coleccionador privado

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O Juízo de Salomão, de Tintoretto, é uma das obras-primas roubadas na passada quinta-feira DR
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Dama Delle Licnidi, de Rubens, é uma das 17 obras levadas pelos três assaltantes DR
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Madonna com dois Anjos e Codorniz, de Pisanello DR
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Sagrada Família com uma Santa, de Mantegna DR
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A sede do Museu Castelvecchio, em Verona DR

A Madonna com Dois Anjos e Codorniz de Pisanello, a Dama Delle Licnidi, de Rubens, O Banquete de Belshazzar, O Juízo de Salomão e Sansão, de Tintoretto. Obras de Bellini, Mantegna e Benini. Ao todo 17 quadros, 11 deles considerados obras-primas, no valor de 15 milhões de euros, foram roubados na noite de quinta-feira do Museu Castelvechio, em Verona. O crítico de arte e curador Vittorio Sgarbi classificou o sucedido como “um dos mais relevantes roubos de arte de sempre em Itália”.

O enredo parece saído de um filme de acção. Três homens vestidos de negro esperaram pelo momento certo, o intervalo de tempo entre a saída dos últimos visitantes e a activação dos alarmes do museu. Depois, agiram com rapidez. Imobilizaram o único segurança e o caixa no local e, depois de os amarrarem e amordaçarem, dirigiram-se às salas onde estavam expostos os quadros mais valiosos da colecção. Para a fuga utilizaram o carro do segurança, trocado posteriormente por outro veículo.

O presidente da Câmara de Verona, Flavio Tosi, acredita que, por trás do roubo, estará um coleccionador privado. “Alguém os enviou”, afirmou, citado pela AFP. “Eram profissionais, sabiam exactamente o que levar e conheciam o museu”. Tendo em conta o estatuto das obras, mundialmente famosas, vendê-las legitimamente é, obviamente, uma impossibilidade. “Seria como entrar nas Galerias Uffizi [em Florença] e roubar um Boticelli. Não se pode vendê-lo no mercado aberto”, disse o historiador de arte Tomaso Montanari ao Telegraph.

A polícia italiana investiga neste momento os registos das 48 câmaras de segurança, procurando identificar os assaltantes que, segundo Tosi, “aparentavam ser estrangeiros, tendo em conta as poucas palavras que trocaram”.

Robert Bolis, do gabinete de imprensa da câmara de Verona, explicou que é ainda incerto se os assaltantes estavam armados ou se utilizaram uma arma roubada ao segurança. Na altura do assalto, a directora do museu, Paola Marini, 63 anos, há duas décadas à frente do Castelvecchio, era homenageada num restaurante da cidade.

Apesar de o sistema de segurança do museu ser considerado topo de gama, o assalto, facilitado pelo facto de, àquela hora, estar apenas um segurança no local, está a lançar o debate sobre a qualidade da protecção das obras expostas em museus como Castelvecchio, instalado numa fortaleza do século XIV e remodelado entre 1958 e 1974 pelo arquitecto Carlo Scarpa.

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