Governos ibéricos insistem nas “garantias” e “compromissos” do governo grego

Chefes de Governo de Portugal e Espanha aproveitam cimeira para manifestar posição concertada sobre a Grécia: rejeitam a extensão do apoio sem contrapartidas "claras".

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Passos Coelho e Rajoy PIERRE-PHILIPPE MARCOU

Para lá da linguagem diplomática, o nível de exigência permanece. Os governos dos dois países ibéricos continuam a exigir ao executivo grego que respeite as “regras” e os “compromissos” anteriormente assumidos pelo país.

Tanto Pedro Passos Coelho como Mariano Rajoy aproveitaram a cimeira Luso-Espanhola para assumir uma frente comum em relação à negociação europeia com o governo grego. <_o3a_p>

A posição dos líderes dos dois governos destacou em uníssono a necessidade do esforço grego para responder às exigências das instituições internacionais. "Nesta altura é muito importante que nenhuma outra extensão seja concedida sem garantias claras de que estamos a fazer uma extensão para chegar a um acordo e não seja utilizada para prolongar um impasse e uma incerteza que não é positiva para a Grécia nem para qualquer outro país da zona Euro", disse passos Coelho em Baiona.<_o3a_p>

Pelo meio, o primeiro-ministro português insistia na responsabilidade de cada país. A Europa não resistiria a crises futuras "se cada um não fizer aquilo que tem que fazer em sua casa". "Nós não conseguiremos resistir a crises futuras se cada um não fizer aquilo que tem que fazer em sua casa, no seu país. O princípio da responsabilidade nacional é primacial no processo de construção europeia", disse.<_o3a_p>

Passos Coelho fez ainda questão de elogiar "abertura” da União Europeia e, depois de reconhecer que um acordo não podia “deixar de respeitar a vontade do Governo grego”, acrescentou que tal não poderia acontecer a qualquer custo. O entendimento tinha de respeitar “as regras também em que comungam todos os governos da zona Euro".<_o3a_p>

Mariano Rajoy foi mais sucinto. “Da mesma forma que vos digo isto, digo-vos que neste assunto, como em todos, diálogo sim, mas cumprimento das regras e dos compromissos também. Como todos os outros", acrescentou o presidente do Governo espanhol, já depois de passar a mensagem da consonância de posições: “Exemplo da estreita colaboração é o facto de eu e o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho nos deslocarmos juntos, já a seguir, para Bruxelas para tentar defender a sensatez, o sentido comum, a lógica, a razão e o interesse geral dos cidadãos de Grécia e de todos os europeus.” O tom ibérico ia sendo amenizado com a manifestação da expectativa do encontro de “uma solução que funcione para a Grécia e que funcione para toda a zona Euro". <_o3a_p>

Mas o discurso interno já não assumia essa preocupação. A propósito da publicação de novos dados pelo Banco de Portugal, o porta-voz do PSD, Marco António Costa, aproveitou para voltar a marcar a diferença. "Felizmente, hoje Portugal está ao lado da Irlanda nos bons resultados obtidos e, infelizmente, estamos todos muito preocupados e empenhados em encontrar uma solução que possa devolver à Grécia um caminho de esperança - esperança essa que hoje já temos em Portugal", declarou Marco António Costa, em conferência de imprensa, na sede nacional do PSD, em Lisboa.<_o3a_p>

Apesar disso, Passos Coelho admitiu a possibilidade de um contágio de natureza política. "Esse contágio pode existir na medida em que se um país decide estar ou não estar no Euro em função daquilo que são as suas avaliações de natureza nacional, nesse caso a incerteza que rodeará a União Económica e Monetária para futuro pode minar a confiança que nós precisamos para prosseguir o projecto europeu. É esse contágio político que deve ser acautelado", disse.<_o3a_p>

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