Morreu Eugénia Lima, a notável acordeonista portuguesa

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Eugénia Lima

A acordeonista Eugénia Lima, de 88 anos, morreu esta sexta-feira ao final da tarde, na sua residência, em Rio Maior, disse à Lusa fonte próxima da família.

Eugénia Lima, filha de um afinador de acordeões, estreou-se aos quatro anos no Cinema-Teatro Vaz Preto, em Castelo Branco. Profissionalmente, a sua estreia data de 1935, no Teatro Variedades, em Lisboa, no elenco da revista Peixe-Espada.

A acordeonista tornou-se um caso de sucesso e, em 1943, começou a gravar a solo, tendo registado ao longo da carreira, mais de uma dezena de discos em que gravou temas populares, de diversos compositores, versões para acordeão e várias composições de sua autoria.

Em 1947 venceu o concurso de acordeonistas da Emissora Nacional e, em 1956, fundou a Orquestra Típica Albicastrense.

Com a orquestra e a solo, a acordeonista que se tornou popular com temas como Picadinho da Beira, Minha vida e Fadinho de Silvares, percorreu o país e os palcos internacionais.

Tendo-lhe sido recusada a entrada no Conservatório Nacional de Lisboa, aos 13 anos, aos 55 recebeu o diploma do Curso Superior de Acordeão, na categoria de Professora, pelo Conservatório de Acordeão de Paris.

Em Setembro de 1986, foi condecorada pelo Ministério da Cultura com a medalha de Mérito Cultural. Ao longo da carreira somou vários prémios e condecorações, designadamente o Óscar da Imprensa, em 1962, o grau de Dama da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, em 1980, e o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, em 1995.

Em Dezembro de 2011, com 85 anos, a acordeonista, natural de Castelo Branco, foi homenageada em Castro Marim, no Algarve, numa sala esgotada, como dá conta a imprensa regional, na qual participaram 81 acordeonistas.

Na ocasião, Eugénia Lima revelou que sofria da doença de Parkinson. Os acordeonistas interpretaram durante o espectáculo composições da sua autoria.

“As músicas que fiz, foram feitas por amor à arte e reflectem o meu estado de espírito naquela altura. Mais de oitenta por cento das minhas músicas nasceram no palco, de improviso”, disse na altura Eugénia Lima, qua ainda tocou.

O nome da albicastrense figura no Dicionário Mundial de Mulheres Notáveis.

O velório de Eugénia Lima realiza-se no sábado, na capela mortuária de Rio Maior, onde, no domingo, será rezada missa de corpo presente, seguindo-se o funeral, disse à Lusa a mesma fonte.



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