Três mil manuscritos da Biblioteca Apostólica do Vaticano vão ser digitalizados e publicados online

Projecto irá decorrer nos próximos quatro anos e deverá ser alargado a 79.000 outras obras.

O presidente da NTT DATA e o arcebispo Jean-Louis Brugues na apresentação do projecto
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O presidente da NTT DATA e o arcebispo Jean-Louis Brugues na apresentação do projecto Tony Gentile/Reuters
Exemplar de um dos manuscritos já digitalizados e disponíveis no site da biblioteca
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Exemplar de um dos manuscritos já digitalizados e disponíveis no site da biblioteca Biblioteca Apostólica Vaticana
Miniatura da Renascença realizada entre 1476 e 1478 digitalizada e disponível no site da bilioteca
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Miniatura da Renascença realizada entre 1476 e 1478 digitalizada e disponível no site da bilioteca Biblioteca Apostólica Vaticana
Fragmento do Corão
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Fragmento do Corão Biblioteca Apostólica Vaticana
Página de um antigo codex feito em Roma no ano 400 depois de Cristo
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Página de um antigo codex feito em Roma no ano 400 depois de Cristo Biblioteca Apostólica Vaticana
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Ilustração da "Divina Comédia" de Dante realizada pelo artista Sandro Botticelli no século XV Biblioteca Apostólica Vaticana

Três mil manuscritos históricos da Biblioteca Apostólica do Vaticano vão ser digitalizados nos próximos quatro anos e disponibilizados online. Este trabalho faz parte do plano de digitalização de um total de 82 mil documentos, cerca de 41 milhões de páginas, que a biblioteca preserva actualmente e terá um valor de perto de 18 milhões de euros.

A Biblioteca do Vaticano data do século XIV. Antes desse período já existiam indícios de um trabalho de recolha e guarda de documentos relativos à Igreja Católica, mas também obras relacionadas com a ciência, matemática ou medicina. Desde então e até aos dias de hoje, a biblioteca reuniu mais de 180 mil manuscritos, 1,6 milhões de livros impressos, mais de 8600 incunábulos (obras impressas antes do século XVI), acima de 300 mil moedas e medalhas, 150 mil desenhos e gravuras e outros 150 mil exemplares de fotografia.

Segundo um acordo firmado na quinta-feira entre o Vaticano e a empresa japonesa NTT Data, três mil dos manuscritos existentes vão ser digitalizados numa primeira fase para depois serem publicados no site da biblioteca em imagens de alta definição e ser criado um arquivo digital.

Actualmente, a biblioteca já tem disponíveis no seu site várias centenas de manuscritos e incunábulos digitalizados, mas este será o maior passo dado no projecto de digitalização.

A NTT Data, uma empresa de tecnologia com experiência em arquivo digital, vai digitalizar, arquivar e criar medidas especiais para formatos de armazenamento digital e sistemas de segurança dos 3000 documentos iniciais online, num total de 1,5 milhões de páginas. Este trabalho vai ser feito com a colaboração de bibliotecários do Vaticano.

“Os manuscritos que serão digitalizados são da América pré-colombiana, China, Japão e Extremo Oriente, passando por todas as línguas e culturas que marcaram a cultura da Europa”, explicou na conferência de imprensa de apresentação do projecto o monsenhor Jean-Louis Brugues, arquivista e bibliotecário da Igreja Católica.

Com este projecto, o Vaticano espera "cultivar ainda mais a missão de preservar estes tesouros da humanidade e torná-los mais disponíveis e conhecidos num profundo espírito de universalidade, incluindo a universalidade do conhecimento e a universalidade de colaboração e parceria com instituições e empresas em todo o mundo", como acrescentou, por sua vez, o monsenhor Cesare Pasini, prefeito da Biblioteca Apostólica do Vaticano.

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