Foi o Sporting quem esteve mais perto de ganhar o clássico da Taça da Liga

Uma excelente exibição de Fabiano, habitual guarda-redes suplente do FC Porto, contribuiu de forma decisiva para o empate a zero com que os “dragões” saíram de Alvalade.

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Slimani falhou alguns golos para o Sporting Francisco Leong/AFP

Nem Sporting, nem FC Porto têm a Taça da Liga nos respectivos ?palmarés, mas, nem por isso, investiram demasiado em vencer o clássico entre ambos disputado neste domingo, em Alvalade. O jogo, a contar para a primeira jornada do Grupo B da terceira competição do calendário nacional, terminou num empate sem golos, o que, com o idêntico resultado verificado no Marítimo-Penafiel, significa que estão quatro equipas empatadas no primeiro lugar, todas com um ponto, zero golos marcados e zero sofridos.

Nem Leonardo Jardim, nem Paulo Fonseca levaram muito a sério a Taça da Liga, a julgar pelas suas opções iniciais. Ambos apresentaram um composto de titulares

suplentes, ambos mudando na baliza e no ataque. Marcelo Boeck e Fabiano eram os guarda-redes e os goleadores colombianos Jackson e Montero tinham uma rara passagem pelo banco, em benefício dos seus suplentes argelinos, Slimani e Ghilas. Herrera também era uma novidade nos portistas, enquanto os “leões” tinham uma alteração no eixo da defesa, Eric Dier em vez de Maurício.

Onde Jardim não mexeu foi no meio-campo, apesar das dúvidas levantadas quanto à condição física dos seus elementos. William Carvalho, Adrien Silva e André Martins estão bem rotinados e isso serviu para o Sporting ganhar alguma superioridade no sector, onde, no lado portista, o mexicano Herrera acumulava erros e Carlos Eduardo não marcava a diferença, como tem feito desde que chegou ao “onze”. Ainda assim, foi o FC Porto o primeiro a criar perigo, aos 7’, com Ghilas a atirar por cima, após bom passe de Licá.

Era, sobretudo, um jogo de eficácia defensiva, em que os jogadores de ataque não conseguiam fugir às marcações.

O Sporting respondeu ao FC Porto aos 24’, quando Wilson Eduardo surgiu isolado na cara de Fabiano, aproveitando uma perda de bola para Adrien. Ganhou o duelo o habitual suplente de Helton, com uma excelente defesa.

Empatados em oportunidades flagrantes de golo, encaixados num equilíbrio de intensidade média, sobretudo preocupados em não perder — era assim que “leões” e “dragões” estavam no jogo.

Era previsível que, para a segunda parte, os treinadores fossem lançando as suas melhores armas de ataque, face à falta de produtividade dos avançados titulares — melhor Slimani, que ainda conseguiu fazer algumas boas combinações com os seus companheiros; Ghilas, com a excepção da oportunidade que teve (e que falhou), mostrou por que razão raramente joga e andou escondido.

A segunda parte foi mais do mesmo. Contenção, acerto das defesas e domínio territorial sportinguista. Mas os níveis de empenho (de ambos os lados) continuavam a não estar no máximo.

A verdade é que o jogo ficou mais eléctrico à medida que os treinadores foram mexendo nas equipas. Paulo Fonseca lançou Lucho, Defour e Jackson; Jardim apostou em Montero, Carrillo e Vítor. O jogo melhorou consideravelmente, com o Sporting a reforçar o seu ascendente e a aproximar-se com mais frequência da baliza de Fabiano. E, depois de 70 minutos mais ou menos pacíficos, os jogadores até começaram a entrar em algumas picardias para acrescentar algum sal a um clássico até então insípido. Picardias a que Olegário Benquerença não conseguiu responder da melhor maneira.

Aos 74’, o Sporting voltou a estar perto do golo. Carrillo teve uma excelente jogada individual, Fabiano segurou o primeiro remate, Montero também tentou a sua sorte e nem Wilson conseguiu bater o guardião brasileiro do FC Porto. E foi um habitual suplente dos “leões”, Vítor, a ter nos pés as duas melhores oportunidades do jogo. Primeiro aos 84’, quando apareceu isolado à entrada da área, numa rara oferta dos centrais portistas, mas Fabiano voltou a negar o golo. Depois, aos 91’, o ex-Paços de Ferreira apareceu na área e teve a baliza à sua mercê, mas atirou ao lado. Pelo meio, aos 84’, a expulsão de Carlos Eduardo, que viu o segundo amarelo após falta sobre Vítor.

O Sporting foi quem esteve mais perto de ganhar o jogo, mas a sensação que ficou do comportamento de ambas as equipas foi: ok, já fizemos aquilo que nos pediram, já cumprimos este compromisso pós-Natal e pré-fim de ano, agora, que regresse o campeonato. É que nem o público pareceu demasiado interessado. Apenas uma assistência marginalmente acima dos 20 mil, bem longe do que tem acontecido em Alvalade esta época.

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