Condenadas 43 pessoas no maior processo de corrupção autárquica em Espanha

Cérebro da operação com centro na Câmara de Marbella condenado a 11 anos de prisão e 240 milhões de euros de multa.

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Julian Muñoz, um dos antigos autarcas condenados JORGE GUERRERO /AFP

Um total de 43 pessoas foram condenadas, incluindo dois antigos presidentes da Câmara de Marbella, das 95 que eram acusadas no chamado “caso Malaya", o maior processo de corrupção autárquica alguma vez julgado em Espanha.

Os crimes remontam à década de 1990 e envolvem a construção ilegal de 30 mil casas naquela zona. Os réus eram acusados de crimes de lavagem de dinheiro, suborno, prevaricação e gestão danosa de fundos públicos. Os factos vieram a público em 2006 e a dimensão do escândalo levou a que o Governo, numa medida inédita, dissolvesse a autarquia, levando a novas eleições.

Um antigo responsável pelo planeamento urbano daquela estância turística, o milionário Juan António Roca, foi considerado o cérebro da operação e recebeu a pena mais pesada: 11 anos de prisão efectiva e uma multa de 240 milhões de euros.

Roca tinha uma fortuna feita de subornos recebidos para viabilizar construções ilegais. A condenação ficou aquém dos 30 anos de prisão e 810 milhões de multa que a acusação pedia. O tribunal disse ter tido em conta a admissão dos factos feita por Roca.

Dois antigos presidentes da autarquia, Marisol Yague e Julian Muñoz, foram condenados a seis e dois anos de prisão, respectivamente, também aquém das pretensões do Ministério Público espanhol.

Foi ainda condenada a número dois de um outro antigo autarca: Isabel García Marcos — que esteve na autarquia com Jesus Gil y Gil, antigo presidente do Atlético de Madrid, cujos mandatos decorreram entre 1991 e 2002 e que morreu em 2004 — recebeu uma pena de quatro anos de prisão.

 

 

 

 

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