Indignados saem à rua em Lisboa e Porto para pedir demissão de Passos

Encontros convocados pelas redes sociais.

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Imagens da manifestação no Marquês de Pombal José Sarmento Matos
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Cerca de 200 pessoas em Lisboa, no Marquês de Pombal, e outras tantas na Avenida dos Aliados, no Porto, saíram na noite de terça-feira à rua, após a declaração do primeiro-ministro, apelando a Passos Coelho para "que se demita".

Em Lisboa, perto de duas centenas de pessoas estavam às 22h concentradas na rotunda do Marquês de Pombal a "exigir ao primeiro-ministro", Pedro Passos Coelho, que "olhe para a realidade" e "se demita". No Porto, a situação é semelhante e o número de pessoas tem vindo a aumentar com o crescer da noite.

O número de manifestantes - convocados para este encontro nas redes sociais horas depois de ter sido conhecida a decisão do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, de abandonar o Governo - tem vindo a aumentar aos poucos desde as 21h, apesar de haver já algumas pessoas a abandonar.

Na capital, virada para Avenida da Liberdade, está uma grande faixa de pano com os dizeres: "Obviamente, estão demitidos!". Ao seu lado há manifestantes que pedem, a quem percorre de automóvel a rotunda, que buzinem.

Atrás da faixa há gritos e refrões de protesto, com um pedido insistente, entre os jovens manifestantes: "Demissão!".
"Fora, fora daqui, a fome, a miséria e o FMI", ouve-se, da boca dos manifestantes, entre buzinas e apitos.

Ana Feijão, de 30 anos, assistente de produção e activista da associação de combate à precariedade "Precários Inflexíveis", um dos movimentos que convocaram este protesto, disse aos jornalistas que quem aqui está hoje veio "exigir a Passos Coelho que olhe para a realidade" e que "aceite que o Governo acabou".

"As pessoas já provaram - na rua, várias vezes - que não querem o Governo, a 'Troika' nem a austeridade, só o primeiro-ministro é que não vê isso", acrescentou.

A activista afirmou ainda que não veio "preparada para dormir na rua", mas não exclui a hipótese de passar a noite na rua, "se o protesto ganhar gente e força".

Fonte da divisão de trânsito da PSP no local disse à agência Lusa que, "na eventualidade de ser necessário, o trânsito será cortado".

No Porto, cerca de 200 pessoas estavam concentradas depois das 21h30 na Avenida dos Aliados, em frente à Câmara do Porto, envergando uma faixa preta onde se pode ler “Povos Unidos contra a Troika”.

Os manifestantes gritavam “Governo para rua!” e “FMI fora daqui”.

No local, segundo constatou a agência Lusa, está algum policiamento - normal nestas manifestações -, não havendo quaisquer símbolos de organizações políticas ou sindicais.

Paulo Portas apresentou hoje o seu pedido de demissão ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que, contudo, não o aceitou, para já.

Paulo Portas referiu, num comunicado, que a decisão é “irrevogável” e justificou-a com a discordância na escolha de Maria Luís Albuquerque para a pasta das Finanças, depois da saída de Vítor Gaspar, na segunda-feira.

Na sua declaração ao país, Pedro Passos Coelho comunicou a intenção de esclarecer as condições de apoio político ao Governo de coligação com o CDS-PP e o sentido da demissão do ministro Paulo Portas.

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