Merkel defende que o salário mínimo é a causa do desemprego

Chanceler alemã justifica crítica com o facto de a remuneração não estar relacionada com a produtividade.

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Angela Merkel critica salário mínimo imposto pelos políticos Michael Gottschalk/AFP

A chanceler alemã, Angela Merkel, defensora de um salário mínimo negociado sectorialmente na Alemanha, disse esta quinta-feira que a remuneração garantida é a causa do desemprego em alguns países da Europa.

Em entrevista à edição de hoje do diário alemão Bild Zeitung, Merkel, que se apresenta como a defensora do emprego na Alemanha, vê no salário mínimo generalizado, que não existe no país, a razão que explica que “numerosos países da Europa tenham uma taxa de desemprego bem mais elevada [do que a alemã], uma vez que os salários e o rendimento não estão relacionados”.

Com um desemprego de 6,9% em Março, a Alemanha conhece uma taxa próxima do seu nível mais baixo registado desde a reunificação em 1990. Merkel tem-se oposto a “um salário mínimo generalizado imposto pelos políticos”, aludindo a um projecto de lei neste sentido aprovado pela oposição de esquerda, que controla a câmara alta do parlamento (Bundesrat), segundo o jornal.A Alemanha não tem salário mínimo aplicável a todos os assalariados, mas os parceiros sociais têm a possibilidade de o estabelecer, região a região e sector a sector, como já se verifica na construção e obras públicas, por exemplo.

Para reduzir os abusos em algumas profissões, os conservadores (CDU e a CSU bávara) de Merkel querem introduzir um salário mínimo obrigatório nos sectores que ainda não o têm. No início de Março, o Bundesrat, que representa os 16 estados regionais, pronunciou-se a favor de um salário mínimo horário de 8,50 euros, aplicável em todo o país, o que não existe na Alemanha.

O Bundestag, câmara baixa do parlamento, onde a maioria pertence aos partidos da coligação governamental conservadora, ainda tem de analisar este projecto de lei que deve ser rejeitado.

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