Coreia do Norte exige desculpas do Sul e recusa oferta de diálogo

Pyongyang exige pedido de desculpas de Seul pelos protestos nas ruas da capital sul-coreana no dia do 101º aniversário do primeiro líder da Coreia do Norte e pai da nação Kim Il-sung.

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Actos considerados "hostis" pela Coreia do Norte KIM JAE-HWAN/AFP

No primeiro dia de celebrações do 101º aniversário do pai fundador da nação e primeiro líder da Coreia do Norte Kim Il-sung na segunda-feira, os Estados Unidos e a Coreia do Sul estavam preparados para novas ameaças ou discursos inflamados da Coreia do Norte. Não aconteceram. Mas ao segundo dia, o Exército norte-coreano lançou um sério ultimato e exigiu um pedido de desculpas da Coreia do Sul pelo protesto nas ruas de Seul em que foram queimadas efigies do pai fundador da nação Kim Il-sung e seu filho Kim Jong Il que antecedeu ao actual líder Kim Jong-un. O protesto, pequeno segundo a Reuters, foi classificado por Pyongyang como um "acto hostil".

No ultimato, divulgado pela agência de notícias oficial da Coreia do Norte KCNA, o Comando Supremo da Coreia do Norte ameaça retaliar “a partir de agora lançadas sem aviso prévio” e recusa quaisquer propostas de diálogo até o Sul pedir desculpar por este “monstruoso acto criminoso”.

A Coreia do Sul que, na semana passada, através da Presidente Park Geun-hye, se dispôs a “ouvir o Norte” e a dialogar com o seu líder Kim Jong-un, endureceu o tom na resposta a esta mais recente ameaça. Citado pelas agências, o porta-voz do Ministério da Defesa Kim Min-seok afirmou que o país estava atento a qualquer movimentação do Norte e pronto para um qualquer ataque. Citado pela AP, considerou “lamentável” esta nova ameaça e deixou um aviso a Pyongyang de que será “punido” de forma “completa e determinada” se “lançar qualquer provocação seja por que razão for”.

Propostas ignoradas ou recusadas
Também no fim-de-semana, o secretário de Estado norte-americano John Kerry deixou aberta a porta ao diálogo. No fim de um périplo pela Ásia, Kerry disse domingo no Japão que a opção de Washington era negociar e encontrar uma forma de pacificar a região.

Os EUA acreditam, com base em informações dos serviços secretos, que a Coreia do Norte desenvolveu ou está em vias de desenvolver “armas nucleares suficientemente pequenas para serem disparadas por mísseis balísticos”. O receio da comunidade internacional é que Pyongyang proceda a novos ensaios nucleares ou ao lançamento de novos mísseis.

O líder Kim Jong-un não tem dado provas de querer abandonar as suas ambições nucleares como exige o Conselho de Segurança da ONU que recentemente impôs novas sanções ao regime. EUA, Japão e Coreia do Sul temem que o Norte avance em breve com o teste com um míssil balístico de médio alcance suficiente para atingir o Japão ou a base norte-americana da ilha de Guam no Pacífico. Pyongyang tem ameaçado atacar alvos destes três países.

Para o analista Chang Yong-seok do Instituto para os Estudos da Paz e Unificação da Universidade de Seul, ouvido pela AP, o ultimato desta terça-feira foi “a forma de o Norte dizer que não quer ou não está pronto para dialogar com o Sul”. E diz mais: “Aparentemente a Coreia do Norte quer manter as relações tensas por mais algum tempo.” 

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