Venezuela fecha fronteiras por razões de segurança, oposição protesta

Autoridades justificam a medida por temerem um atentado contra Maduro e para evitarem "clima de desestabilização" nas eleições de domingo.

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Imagem de Hugo Chávez num comício de Nicolás Maduro /JUAN BARRETO/AFP

A Venezuela ordenou na terça-feira o encerramento das fronteiras com o Brasil e a Colômbia e activou um dispositivo de segurança reforçada para o período das eleições presidenciais que se realizam no próximo domingo.

As autoridades querem exercer "um controlo apertado das deslocações nas fronteiras terrestres de pessoas, veículos e mercadorias", anunciou o ministro venezuelano do Interior, Nestor Reverol.

O governo justificou esta medida – que normalmente é tomada apenas na véspera das presidenciais – com a necessidade de travar uma alegada conspiração dos EUA para assassinar o Presidente interino, Nicolas Maduro. A oposição diz que esta limitação de circulação de pessoas vai impedir milhares de venezuelanos que vivem na Colômbia (maioritariamente anti-Chávez) de votarem no domingo.

"É uma decisão política e uma demonstração do medo que o regime tem do voto dos venezuelanos", disse Pérez Vivas, ex-governador e membro da oposição.

A Venezuela vai a votos este domingo para escolher o sucessor de Hugo Chávez, que morreu no dia 5 de Março de cancro. Maduro, que foi designado como o seu sucessor, é dado como favorito, face ao líder da oposição Henrique Capriles.

As medidas securitárias vão manter-se em vigor até segunda-feira de manhã e foram decididas depois de os serviços secretos terem identificado "elementos geradores de violência" que procuram "criar um clima de desestabilização", explicou o ministro Reverol, anunciando também a intensificação das patrulhas para procurar pessoas que entrem ilegalmente no país.

Um dispositivo de 125 mil membros das forças de ordem vai também ser activado para manter a segurança durante o dia da votação, nomeadamente junto das cerca de 13.600 assembleias de voto.

Os dois candidatos presidenciais comprometeram-se a respeitar os resultados da votação. Maduro assinou, "em nome da paz", um documento nesse sentido proposto pelo Conselho Nacional Eleitoral e Capriles prometeu "respeitar e fazer respeitar a vontade soberana", assinando o seu próprio texto.

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