O Benfica poupou, venceu, mas deixou os “passarinhos” de Bordéus vivos

Triunfo apertado, graças a um autogolo do guarda-redes adversário, faz com que a viagem dos “encarnados” até França, na próxima semana, para a segunda mão dois “oitavos” da Liga Europa não seja um passeio

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Rodrigo marcou o único golo do jogo Patrícia de Melo Moreira/AFP

Mesmo sem ter feito uma grande exibição, o Benfica está bem posicionado para seguir em frente na Liga Europa, após ter triunfado ontem por 1-0, na Luz, sobre o Bordéus, em jogo da primeira mão dos oitavos-de-final.

Um autogolo do guardião francês Carrasso, após remate de Rodrigo, abre boas perspectivas para os “encarnados” estarem nos quartos-de-final, mas não deixa a formação orientada por Jorge Jesus totalmente tranquila para o jogo da segunda mão, na próxima quinta-feira.

Jesus não esconde que a Liga Europa é um objectivo secundário em benefício da Liga portuguesa e, mais uma vez, apresentou em campo um composto de titulares e suplentes. Na defesa, André Almeida foi a novidade no flanco direito, posição habitualmente ocupada por Maxi Pereira, enquanto o meio-campo foi o que sofreu mais alterações, com Roderick e Carlos Martins em vez de Matic (castigado) e Enzo Pérez. O ataque foi 50-50. Aos habituais Cardozo e Ola John, juntaram-se Gaitán e Rodrigo nos lugares que costumam ser de Salvio e Lima.

Ao contrário do que era o Bayer Leverkusen, equipa perigosa da Bundesliga que o Benfica afastou com dificuldade, o Bordéus mostrou nesta quinta-feira, na Luz, que não andava muito longe de ser uma equipa de “galinhas e passarinhos”, como lhe chamou o presidente girondino Jean-Louis Triaud. Com algumas excepções (o guarda-redes Carrasso, os médios Plasil e Obraniak e o jovem avançado Rolan), a formação francesa mostrava que os insultos de Triaud não eram nenhum “bluff”, sem ideias no ataque, sem rigor defensivo.

Só que este Benfica de poupanças não estava mesmo muito interessado no jogo. Faltou empenho, mobilidade, velocidade, apesar de o Bordéus ter feito pouco para aproveitar.

Quase do nada, aconteceu o golo, aos 21’. À entrada da área do Bordéus, a bola foi parar aos pés de Rodrigo e o avançado espanhol rematou forte, acertando na barra da baliza adversária, que devolveu o tiro para as costas de Carrasso, fazendo com que a bola entrasse. Um autogolo do guarda-redes do Bordéus que seria determinante para o resultado final.

O golo não fez muito por diminuir a inércia do jogo, mas o Benfica, quase a seguir voltou a aproximar-se com perigo da baliza de Carrasso. Só que Cardozo não conseguiu bater o guarda-redes do Bordéus.

A equipa francesa, representante pouco digna da competitiva Liga gaulesa, ainda incomodou Artur por duas vezes, aproveitando a tal apatia “encarnada”, mas sem efeitos práticos. Primeiro, aos 28’, Luisão fez um corte no momento certo após uma jogada conduzida por Rolán, depois, aos 44’, Artur segurou um remate de longe de Obraniak.

A segunda parte foi mais do mesmo. Jogo pouco interessante, talvez um pouco mais de rigor e empenho por parte do Benfica, que teve, pelo menos, o mérito de colocar ainda mais a nu os muitos defeitos deste Bordéus, que, ainda assim, esteve perto do empate aos 89’, com Ben Khalfallah a rematar perto da pequena área, e Artur a desviar para canto.

O Benfica lá venceu, mas podia ir com outra tranquilidade para o jogo da segunda mão. Em vez disso, deixou os “passarinhos” vivos.

FIGURA DO JOGO - RODRIGO

Já teve outro estatuto na equipa, mas isso era antes de Jorge Jesus descobrir que Lima e Cardozo funcionavam muito bem juntos. Ainda assim, vai aproveitando os minutos que o treinador lhe dá. Num jogo monótono, foi Rodrigo, um dia depois de ter completado 22 anos, a fazer o marcador funcionar, com um tremendo remate de fora da área, ainda que a UEFA lhe tenha negado o golo, atribuindo a sua autoria ao guarda-redes adversário. Ainda lhe falta alguma regularidade para poder reclamar a titularidade, mas Rodrigo tem todos os atributos para ser um grande avançado num futuro próximo.  

 

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