Bento XVI pede vigilância redobrada contra turismo sexual e tráfico de órgãos

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Papa pede ainda que o turismo seja também uma ocasião de promover a mensagem católica Foto: AFP

O Papa Bento XVI denunciou hoje o turismo sexual e o tráfico de órgãos, apelando à comunidade internacional que redobre a vigilância e previna e combata “estas aberrações”.

Numa mensagem enviada ao Congresso Mundial da Pastoral do Turismo, citada pela AFP, escreveu o Papa: “O turismo, como qualquer realidade humana, não está isento de perigos nem de elementos negativos. Trata-se de males que é preciso afrontar com urgência, porque tocam os direitos e dignidade de milhões de homens e mulheres, particularmente de pobres, menores e pessoas inválidas”.

O congresso daquele organismo do Vaticano, que decorre de hoje até sexta-feira, conta também com uma delegação portuguesa, de acordo com a agência Ecclesia.

“O turismo sexual é uma das formas mais abjectas destes desvios que devastam (…) a vida das pessoas, de muitas famílias e às vezes de comunidades inteiras”, escreve Bento XVI na mensagem. “O tráfico de seres humanos por motivos sexuais ou para transplante de órgãos, o seu abandono às mãos de pessoas sem escrúpulos, os abusos, a tortura produzem-se tristemente em muitos contextos turísticos.”

De acordo com as mesmas fontes, o Papa pede à comunidade internacional que redobre a vigilância de modo a “prevenir contra estas aberrações”. Aos participantes no congresso, Bento XVI pede que favoreçam “uma cultura ética e responsável”, com um turismo acessível a todos, “justo, sustentável e ecológico”, de tal modo que a “dignidade de pessoas e povos” seja respeitada.

O Papa pede ainda que o turismo seja também uma ocasião de promover a mensagem católica: “A nova evangelização, à qual todos somos chamados, exige que tenhamos presente e aproveitemos as numerosas ocasiões que o fenómeno do turismo nos oferece para apresentar Cristo como a resposta suprema às questões do homem de hoje.”

A actividade turística favorece o contacto entre pessoas de diferentes culturas e o contacto com a natureza, bem como “a escuta e a contemplação, a tolerância e a paz, o diálogo e a harmonia no meio da diversidade”. Bento XVI diz ainda: “A possibilidade de admirar a beleza das nações, das culturas e da natureza, que as viagens nos oferecem, pode conduzir-nos a Deus.”

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