Viaduto inacabado cai em Belo Horizonte e faz dois mortos

Obra inserida nas estruturas do Mundial não ficou pronta a tempo.

Carro que ficou em baixo do viaduto era de empresa de aluguer de automóveis
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Carro que ficou em baixo do viaduto era de empresa de aluguer de automóveis Ivan Alvarado/Reuters
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Dois camiões ficaram também sob o cimento Pedro Duarte/AFP
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Moradores da zona socorreram feridos entre os passageiros de um autocarro Pedro Duarte/AFP
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Buscas a passageiro de automóvel continuaram durante a noite Ivan Alvarado/Reuters
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Ivan Alvarado/Reuters

Um viaduto desabou nesta quinta-feira no Brasil, com pesados pedaços da estrutura a caírem em cima de dois camiões, um carro e um autocarro que passavam numa hora com bastante trânsito numa avenida de Belo Horizonte. Morreram pelo menos duas pessoas e outras 19 ficaram feridas.

A obra seria uma das principais do Mundial, envolvendo não só o viaduto como toda a avenida como parte de um plano de mobilidade, mas não ficou pronta a tempo. A imprensa apontava que um dos veículos que ficou debaixo do cimento era de uma empresa de aluguer de automóveis, especulando que podia haver turistas entre mortos ou feridos.

“Parecia um terramoto ou uma bomba”, contou Alexandra Pereira, que mora a 20 metros do viaduto. “Olhei pela janela a entrei em pânico – só se via uma enorme nuvem de pó.”

Vizinhos de Alexandra correram para o local e ajudaram passageiros do autocarro que ficou parcialmente debaixo do viaduto a sair.

Equipas de socorro e resgate tentavam ainda aceder a um carro que ficou totalmente soterrado nos escombros. As autoridades admitem que o número de mortos possa ser ligeiramente maior, mas tirando possíveis ocupantes deste carro não esperam mais mortes.

Não há ainda uma ideia sobre o que levou à queda do viaduto. Alexandra Pereira diz que um grupo de moradores temia pela sua segurança por causa da construção do viaduto, e tinha pedido ao gabinete do prefeito uma indemnização para que pudessem mudar-se para outro local.

Até este acidente, tudo estava a correr sem problemas durante o Mundial, apesar das previsões catastrofistas de alguns responsáveis (a Presidente Dilma Rousseff criticou antes do início do torneio a FIFA pela “má vontade” em relação ao Brasil).

Depois de o país ter sido escolhido como anfitrião do Mundial em 2007, foram prometidos enormes investimentos em infra-estruturas como aeroportos, linhas de metro e outros projectos. Menos de uma dezena de projectos ficaram prontos a tempo.

Passado pouco tempo do acidente, manifestantes protestaram com cartazes dizendo “Copa suja de sangue” ou “Aí está só uma das razões para o movimento Fifa go home”.

Belo Horizonte vai ser palco de uma das partidas das meias-finais, na próxima terça-feira.

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