Vaticano descobre centenas de milhões de euros em contas secretas

O "milagre" aconteceu graças aos esforços comandados pelo Papa Francisco para limpar as obscuras finanças da Santa Sé.

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As finanças do Vaticano estão melhores do que se pensava Christian Hartmann/reuters

Várias centenas de milhões de euros estiveram guardados, e por declarar, em contas de diferentes departamentos do Vaticano, revelou esta sexta-feira o Cardeal George Pell, que dirige a novo secretariado da Economia do Papa Francisco.

O influente prelado australiano revelou esta divina surpresa numa entrevista à revista britânica Catholic Herald. “Descobrimos que a situação [financeira do Vaticano] era bem mais saudável do que parecia. Isto porque algumas centenas de milhões de euros estavam escondidos em diversas contas sectoriais e não apreciam contabilizados nos balanços orçamentais”, disse George Pell.

“É importante sublinhar que o Vaticano não está falido. Para além do fundo de pensões, que deverá ser reforçado para fazer face as exigências daqui a 15 a 20 anos, a Santa Sé tem capacidade de se financiar, graças à posse de bens substancias e de investimentos.”

O “ministro” da Economia não explica como é que chegou ao conhecimento destas contas, nem como foi possível que fossem mantidas fora do radar durante tantos anos. Mas descreveu um sistema antigo, onde cada serviço e departamento do Vaticano gozava de uma independência que era defendida zelosamente por cada um.

“Cada um guardava os seus problemas para si. Eram poucos os que se sentiam tentados a confiar ao mundo exterior aquilo que se passava dentro das suas portas, e só o faziam que tinham necessidade de uma ajuda exterior", disse Pell. Como explica o texto do diário espanhol El País, "as diferentes famílias da Igreja eram mais zelosas do segredo bancário do que do da confissão."

Agora, e depois de Francisco ter assumido o compromisso de restaurar a credibilidade das finanças do Vaticano, “os orçamentos de cada congregação e conselho pontifício devem ser aprovados e as suas despesas controladas ao longo do ano”, explicou o Cardeal George Pell. “Estamos no bom caminho.”

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