Uns dançaram, outros não, mas todos querem uma Escócia mais forte

Vencidos e vencedores: reacções depois de uma noite eleitoral.

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A desilusão de quem votou a favor da independência Russell Cheyne/Reuters

Com os votos contados e os resultados anunciados, Doug Bathgate, um escocês de 58 anos vestido a rigor com o seu kilt, era o rosto da desolação. “Esta noite não vou dançar”, disse, enquanto se preparava para abandonar o centro de contagem de votos em Edimburgo.

Phil Wheeler, esse sim, era um escocês satisfeito. “Gostaria de pensar que Alex Salmond está agora escondido no seu bunker”, disse este apoiante do partido Liberal-Democrata. “Espero sinceramente que agora possamos avançar com um calendário para um Reino Unido federal, com a Escócia com líder.”

Do lado dos derrotados, muitas vozes avisaram que a luta vai continuar. Do lado dos vitoriosos, responderam que agora não é tempo de lutar mas sim de garantir que os partidos políticos de Westminster vão mesmo cumprir a promessa de dar mais autonomia à Escócia.

“Estou chateada”, disse Alexandra McKintosh que, aos 16 anos, votou pela primeira vez na sua vida. “Westminster não se preocupa tanto com a Escócia como com a Inglaterra. Não confio neles.”

O deputado liberal democrata Mike Crockart garantiu que o trabalho “começa hoje”. “Temos que dar aquilo que o povo pediu – uma Escócia forte dentro do Reino Unido”. Interrogado sobre se exigências semelhantes para dar mais poder a Inglaterra poderiam vir baralhar as coisas, respondeu que “isso não pode interpor-se no processo de dar aos escoceses aquilo que eles pediram”

“Já tive noites melhores. Mas isto é a democracia em acção”, disse um desiludido Bathgate, piloto de submarinos na indústria petrolífera. “Ainda temos o nosso parlamento e agora vamos ter de apanhar todas as migalhas que os partidos lá do sul nos atirarem”.

Uma radiante e sorridente Sheila Gilmore, deputada trabalhista, disse que agora é tempo de avançar. “As pessoas ouviram, pensaram e tiveram a sua palavra. Agora é tempo de tratar das coisas práticas, a saúde, a educação e a assistência social. Temos de encontrar soluções”

Amie Robertson, uma estudante de 20 anos que votou pelo "sim" estava sem perceber porque é que o “sim” perdeu: “O que é que correu mal? Não sei. Só sei que as pessoas querem mudança, estão a exigir mudança”.

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