Uma vez de cada vez

Vivam os gregos e a Grécia! Para sempre.

A Syriza - a coligação da esquerda radical - foi eleita porque prometeu lutar contra a austeridade que tanto tem feito sofrer a grande maioria dos gregos.

Depois negociou com a troika. Chegou a faltar às promessas eleitorais feitas aos cidadãos gregos, propondo medidas de redução de despesa pública que incluíam cortes nas já reduzíssimas reformas.

A troika recusou a proposta da Syriza e respondeu com uma contra-proposta (sem qualquer novidade, acomodação ou sequer sinal de boa vontade) que, dada a posição declarada da Syriza desde o ano em que se formou, não poderia aceitar.

A Syriza poderia ter coerentemente recusado a contra-proposta. Mas não. Ao decidir-se por um referendo (rapidíssimo, tornando a Grécia no país mais rápido do mundo) vai deixar que sejam os cidadãos gregos (de todas as cores políticas) a decidir. Está certo. A Syriza diz, com razão, que o "não" não é nem não ao euro nem à União Europeia. Muitos dirigentes da UE dizem, sem razão, que sim, isso é que é.

A Syriza portou-se bem e a Europa, através das instituições que tem, portou-se mal.

Dito isto espero que cada grego e cada grega votem conforme o interesse pessoal de cada um e cada uma, sem ligar à abstracção do que é bom para a Grécia.

Quem gosta da Grécia e dos gregos (como quase todos e eu) tem é de se calar e deixar que sejam eles a decidir-se. Desta vez, mais uma vez: as vezes que forem necessárias, se assim fôr.

Vivam os gregos e a Grécia! Para sempre.

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