Uma jornalista estrangeira morta e outra ferida em ataque no Afeganistão

O atacante será um polícia que disparou contra as repórteres que cobriam as eleições presidenciais de sábado.

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Anja Niedringhaus era fotojornalista da AP Reuters

Um homem disparou contra duas jornalistas ocidentais que acompanhavam a preparação das eleições presidenciais do Afeganistão no Leste do país – uma das jornalistas morreu de imediato e a outra ficou ferida.

Um porta-voz do governador de Khost, Mobariz Zadran, disse à Reuters que o atacante era um polícia – as primeiras notícias indicavam que seria um homem vestido com uniforme da polícia. "Duas jornalistas foram atingidas a tiro esta manhã dentro do quartel-general da polícia", afirma Zadran. De acordo com a BBC, o atacante já se encontra detido e está a ser interrogado.

A jornalista morta é a fotógrafa alemã Anja Niedringhaus e a que ficou ferida Kathy Gannon, ambas da Associated Press. A canadiana Gannon é uma das jornalistas ocidentais com mais experiência na região: foi correspondente da AP no Afeganistão e no Paquistão de 1986 a 2005, altura em que passou a chefiar a delegação da agência no Irão.

Gannon foi atingida por duas balas em cada braço, já foi operada e está estável, disse o marido, Naeem Pasha, à televisão canadiana CTV. "Ela está em choque, dizem-me, mais pela morte da Anja do que por si própria.

Gannon was hit twice in each arm. She underwent surgery to remove the bullets and is currently in stable condition, says her husband, Naeem Pasha.

Os afegãos votam sábado para escolher o sucessor de Hamid Karzai, no poder desde a queda dos taliban, no fim de 2001, na sequência da operação militar lançada pelos Estados Unidos depois dos atentados do 11 de Setembro.

Mais de 350 mil soldados estão mobilizados em todo o país para prevenir ataques dos "estudantes de teologia" durante as eleições; a BBC diz que é a maior operação militar no país desde o derrube dos taliban. As jornalistas foram atacadas em Tanay, uma zona remota de Khost, junto à fronteira com o Paquistão.

As jornalistas visitavam a área com um responsável da comissão eleitoral quando o ataque aconteceu.

Em Março, um atentado suicida contra o Hotel Serena, em Cabul, matou oito pessoas, incluindo um dos principais repórteres da AFP no país, Sardar Ahmad, a sua mulher e dois dos seus filhos. Em Janeiro, o jornalista sueco Nils Horner foi morto a tiro por homens armados na capital afegã.

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