O que une o Syriza e os Gregos Independentes é a posição anti-troika e uma visão de que a soberania da Grécia foi tocada pelos memorandos de entendimento com o Fundo Monetário Internacional, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu.

O que os separa é muito, e por isso os analistas esperam a distribuição de pastas do novo Governo para ver qual a influência que conseguirá o partido de Panos Kammenos. Kammenos saiu da Nova Democracia (conservadores) antes das eleições de 2012 para formar um partido de oposição ao memorando.

Os Gregos Independentes fazem parte do grupo Conservadores e Reformistas no Parlamento Europeu, o grupo moderadamente eurocéptico formado em 2009 pelo primeiro-ministro britânico David Cameron e que inclui, entre outros, o partido anti-euro (ou anti-resgates) Alternativa para a Alemanha.

As posições mais extremas dos Gregos Independentes são em relação às reparações da Alemanha à Grécia da II Guerra Mundial, uma questão que alimenta o debate grego desde o início da crise.

Kammenos foi acusado de anti-semitismo por ter sugerido recentemente numa entrevista que os judeus tinham um tratamento preferencial em relação ao pagamento de impostos na Grécia.

As sondagens pré-eleitorais davam-lhes resultados na linha dos 3%, o mínimo necessário para eleger deputados, pelo que durante a campanha a sua entrada estava longe de ser certa. Em 2012 o partido obteve 7,4% dos votos e conseguiu um terceiro lugar mesmo a seguir ao Partido Socialista (Pasok). Nestas eleições os Gregos Independentes desceram para o 6º lugar, com 4,75%.