Haiyan, um dos maiores tufões de sempre a atingir a terra, já fez 1200 mortos

Tacloban foi a cidade mais afectada
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Tacloban foi a cidade mais afectada NOEL CELIS/AFP
As organizações humanitárias estão já a preparar bens de primeira necessidade para enviar para Tacloban
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As organizações humanitárias estão já a preparar bens de primeira necessidade para enviar para Tacloban JAY DIRECTO/AFP
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Imagem do tufão fornecida pela NASA AFP/NASA/NOAA
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As ondas chegaram a atingir os 15 metros em algumas zonas Charlie Saceda/REUTERS
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Muitas árvores caíram e provocaram vários danos AFP
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Os ventos chegaram a atingir os 379 km/h ABS-CBN/Reuters
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Algumas estradas e telhados ficaram completamente destruídos ABS-CBN/Reuters
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Imagem de satélite REUTERS/Agência Meteorológica do Japão

A passagem do tufão Haiyan pelas Filipinas deixou um rasto de destruição ainda difícil de avaliar, mas os últimos balanços apontam para que o número de mortos possa ascender aos 1200, segundo estimativas da Cruz Vermelha. O número ainda deverá aumentar, já que existem muitas pessoas desaparecidas e outras feridas em estado grave.

Com ventos a atingir os 379 km/h e ondas de 15 metros, as autoridades calculam que o Haiyan foi um dos tufões a chegar a terra com mais intensidade desde que há registos – classificado na categoria cinco, a mais elevada na escala de Saffir-Simpson. “O nível de destruição causado pelo tufão Haiyan é extenso e devastador, e infelizmente tememos que vão ser perdidas muito mais vidas”, disse a directora da organização Save the Children nas Filipinas, Anna Lindenfors, citada pela BBC.

De acordo com fontes da aviação do país, citadas pela BBC ao início da manhã de sábado, havia pelo menos 100 corpos visíveis nas ruas de Tacloban, cidade de 220 mil pessoas na região central das Filipinas, e os jornalistas referem pelo menos mais 20 dentro de uma igreja na mesma zona. Horas mais tarde, um porta-voz da Cruz Vermelha filipina elevou o balanço de mortos naquela cidade para 1000 e disse que outras 200 pessoas terão morrido em zonas mais isoladas da região. A maioria dos edifícios da cidade ruíram, muitas zonas ficaram inundadas e foram registados aluimentos de terras, descreve o Guardian. Na região há dezenas de pequenas aldeias completamente cortadas do mundo, onde ainda não é possível sequer fazer chegar ajuda, ou avaliar o nível dos estragos.

A CNN dizia que nenhum edifício da cidade, situada a cerca de 600 quilómetros da capital Manila, resistiu à força do vento. As estradas estavam intransitáveis, o abastecimento eléctrico interrompido e todas as comunicações, excepto com telefone satélite, estavam cortadas. “Os custos, em vidas humanas, edifícios e infra-estruturas são para já impossíveis de calcular. A todo o momento são encontrados mais cadáveres, nas praias, nas ruas”, relatava a cadeia norte-americana.

“Não tenho palavras para descrever o nível de devastação. O cenário é realmente horrível. Todos os vestígios de vida moderna, da energia às telecomunicações, foram erradicados pelo tufão. Não temos por enquanto maneira de chegar às populações isoladas. Esperamos um número elevado de feridos e também de vítimas, é uma grande tragédia humana”, admitiu o ministro do Interior, Mar Roxas, que se deslocou a Tacloban em nome do Governo.

As organizações humanitárias estão agora a tentar chegar a Tacloban com ajuda médica e bens de primeira necessidade, por meio de aviões militares, já que o aeroporto da cidade está inoperacional depois dos danos causados pelo Haiyan. As comunicações e electricidade também deixaram de funcionar na maior parte dos locais,e em alguns casos foram antecipadamente cortadas por precaução, refere a Reuters.

Estes números contrariam as expectativas iniciais das autoridades filipinas e das equipas de salvamento, que tinham dito que por terem evacuado antecipadamente algumas áreas e por o tufão ter passado muito rapidamente pelo território esperavam ter reduzido muito o seu impacto e falavam apenas em três ou quatro mortos. Mesmo assim o cenário está longe de ter chegado àquele para que as autoridades alertaram: os meteorologistas dos serviços oficiais do país avisaram que a tempestade poderia ser tão destruidora como o tufão Bopha – que em 2012 ultrapassou a marca dos 1000 mortos – e por isso muitos serviços foram encerrados e as aulas canceladas.

O coordenador das equipas de salvamento, Eduardo del Rosario, tinha dito na sexta-feira à Associated Press que o impacto da passagem do Haiyan poderia ser limitado pela evacuação antecipada das áreas afectadas. E o tenente-general Roy Deveraturda disse à mesma agência noticiosa que a rápida passagem do tufão “pode ter ajudado a reduzir o seu potencial de destruição”.

Numa comunicação ao país, o Presidente das Filipinas, Benigno Aquino III (também conhecido como Noynoy), que na véspera tinha louvado a eficiência dos serviços de protecção civil na antecipação da tempestade, reconheceu que o número de mortos ficaria “substancialmente acima” da centena de vítimas que já tinha sido identificada. 


Tufão a caminho do Vietname
O Haiyan é o 25.º tufão a atingir o país neste ano e dirige-se agora para o Vietname e para o Sul da China, onde deverá abrandar para a categoria 3. Mesmo assim, sobretudo nas zonas costeiras, as autoridades de protecção civil do Vietname já estão a activar alguns planos de emergência e a evacuar as zonas de maior perigo, prevendo-se que o tufão chegue no domingo.

Esta região é frequentemente afectada por tempestades tropicais. Há um ano, o tufão Bopha deixou também um rasto de destruição nas Filipinas, fazendo pelo menos 1800 mortos e deixando também várias pessoas desaparecidas. Em Agosto de 2009, o tufão Morakot matou 600 em Taiwan. Em Hong Kong as vítimas mortais são mais raras, com o último balanço mais trágico a remontar a 1971, quando 110 pessoas morreram com a passagem do tufão Rose.

Notícia actualizada às 13h41 com o número de mortos avançado pela Cruz Vermelha
 
 

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