Tsipras prevê que a Grécia volte a crescer em 2017

Projecto de Orçamento do Estado e programa de Governo para quatro anos apresentados no Parlamento de Atenas.

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Tsipras promete lutar também por medidas de alívio da dívida grega LOUISA GOULIAMAKI/AFP

Na primeira metade de 2017, a economia grega vai voltar a crescer e o país há-de voltar a financiar-se nos mercados. Essa foi a promessa feita pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras, no primeiro dia de debates no Parlamento para apresentação do plano do seu Governo para os próximos quatro anos, que culminará com um voto de confiança, na quarta-feira, que desta vez não deverá ter problemas em ultrapassar.

No mesmo dia em que Tsipras começou a apresentar o seu programa de Governo no Parlamento de Atenas, bem como oprojecto de Orçamento do Estado (o definitivo estará pronto em Novembro), os ministros das Finanças dos países do Euro reuniram-se no Luxemburgo para dar o aval final à lista de 48 medidas económicas que a Grécia tem de pôr em prática até meados deste mês para receber a próxima tranche de 2000 milhões de euros do seu pacote de resgate financeiro de cerca de 86 mil milhões de euros.

As palavras do Eurogrupo foram de encorajamento. “Há que muito nos próximos meses, por isso é preciso manter o impulso reformador”, afirmou o holandês Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, citado pela Bloomberg. “É fundamental manter essa atitude para reconquistar a confiança tanto na Grécia como no estrangeiro, algo que é crucial para a recuperação económica."

Tsipras revelou um projecto de Orçamento com 6400 milhões de euros em medidas de austeridade até ao fim de 2015 e em 2016 (4340 milhões no ano que vem), diz a Reuters. Prometeu colaborar com os credores, passando todas as leis que lhe exigem, para lutar, em troca, por várias medidas de alívio da dívida grega.

De qualquer forma, a perspectiva imediata é de recessão: após uma contracção do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,3% este ano, em 2016 deve reduzir-se ainda mais 1,3%, antes de a Grécia voltar a crescer em meados de 2017 e voltar a ter acesso ao mercado de capitais. Algo que os analistas dizem ser muito optimista, senão mesmo impossível, sublinha a Reuters.  

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