Três atentados no Iraque matam pelo menos 11 pessoas

Multiplicam-se sinais de recrudescimento do conflito entre sunistas e xiitas. Nos últimos seis dias, foram mortas mais de 200 pessoas.

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Efeitos de explosão que quinta-feira matou três pessoas em Najaf Ahmed Mousa/Reuters

Pelo menos 11 pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas nas explosões de três carros-bomba em mercados, nesta segunda-feira, no Sul do Iraque, informaram fontes hospitalares e da polícia citadas pela Reuters.

Os números avançados pela AFP são de pelo menos nove mortos e mais de meia centena de feridos.

Duas das explosões ocorreram nas províncias maioritariamente xiitas de Amara, a cerca de 300 quilómetros a sudeste de Bagdad, matando nove pessoas e ferindo cerca de 40. A terceira ocorreu em Diywaniya, 150 quilómetros a sul da capital, onde morreram duas pessoas e 27 ficaram feridas, segundo a polícia.

Os atentados desta segunda-feira, que não foram reivindicados, ocorrem numa altura em que se multiplicam sinais de um recrudescimento do conflito confessional no Iraque. Nos últimos seis dias, foram mortas mais de 200 pessoas em acções de violência no país. A AFP, que somou os dados dos comunicados oficiais, noticia que desde o início de Abril foram já mortas mais de 400 pessoas.

Desde Novembro que os protestos antigovernamentais se sucedem nas províncias maioritariamente sunitas do Norte. Os manifestantes têm reclamado a demissão do xiita Maliki e o fim da “marginalização” de que se consideram vítimas por motivos religiosos. 

Na terça-feira, uma intervenção do exército contra manifestantes antigovernamentais, perto da localidade de Hawija, a oeste da cidade de Kirkuk, provocou a morte de 53 pessoas. 

No sábado, dez elementos de forças governamentais foram mortos: cinco elementos dos serviços de informações militares e cinco membros de uma milícia governamental. Em Ramadi, a oeste de Bagdad, foram mortos os militares, depois de terem sido interceptados por um grupo armado junto ao local onde, há mais de quatro meses, manifestantes mantinham uma concentração para reclamar a saída do primeiro-ministro, Nouri al-Maliki. A norte da capital foram mortos cinco elementos da milícia Sahwa, anti-al-Qaeda, num ataque a um posto de controlo que tinham levantado.

No mesmo dia, Nouri al-Maliki alertou para os perigos de um conflito confessional.
 

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