Pelo menos 12 mortos em tiroteio nos EUA

Homens com uniformes de aspecto militar entraram em edifício da Marinha norte-americana em Washington e fizeram “múltiplas” vítimas. Uma "tragédia", diz Obama.

Polícia bloqueia a rua M, em Washington
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Polícia bloqueia a rua M, em Washington Joshua Roberts/Reuters
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Patricia Ward contou à imprensa no local que a caminho do café ouviu três tiros, seguidos por outros quatro disparos apenas 30 segundos depois Mandel NGAN/AFP
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Helicóptero resgata uma pessoa do topo de um dos edifícios Saul LOEB/AFP
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Para o local foi deslocado um forte dispostivo policial Saul LOEB/AFP
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Há 12 mortos confirmados e “alguns” feridos no tiroteio que, nesta segunda-feira de manhã, provocou o caos no Washington Navy Yard. A polícia bloqueou os acessos às instalações e está no encalço de um atirador, que continua a monte. Um segundo suspeito está entre as vítimas mortais.

O número de mortos foi avançado oficialmente pelo mayor do Distrito de Columbia (D.C.), o democrata Vincent C. Gray, e pela chefe da polícia local, Cathy Lanier, numa conferência de imprensa conjunta, ao início da tarde em Washington (pouco passava das 19h em Lisboa).

O Washington Post, que está a acompanhar os desenvolvimentos no terreno, diz que dois dos feridos são agentes da polícia. Um deles, com vários ferimentos numa perna, foi transportado de helicóptero para o Centro Hospitalar de Washington, tal como outros dois feridos.

A directora clínica daquela unidade disse ter recebido três feridos – um homem (o agente da polícia) e duas mulheres, todos em estado crítico, mas conscientes. Citada pelo mesmo diário, Janis Orlowski revelou que uma das mulheres foi atingida num ombro e que a outra tem ferimentos na cabeça e numa mão. “As hipóteses de sobrevivência são muito boas.”

Um homem com cerca de 60 anos, ferido no tiroteio, foi declarado morto pouco depois de ter chegado ao Hospital Universitário George Washington. O director de emergência da unidade, Babak Sarani, disse que não era possível sobreviver ao ferimento que a vítima apresentava no lado esquerdo da cabeça. Sarani não deu conta de outros feridos naquele hospital.

O número de feridos não é certo. Oficialmente, são “alguns”. Quando as notícias do tiroteio começaram a surgir, os media norte-americanos davam conta de dez a 12 feridos “civis”.

“Esta é uma situação fluida”, afirmou um porta-voz do Pentágono, George Little. “Os oficiais da Marinha estão a trabalhar em estreita colaboração com as autoridades policiais e com os responsáveis do FBI e do Distrito de Columbia pela gestão de emergência para proteger o local e dar início a uma investigação.” No Pentágono, a segurança será apertada – uma “medida proactiva, preventiva”.

O Washington Navy Yard é um antigo estaleiro no sudeste da capital dos EUA, que serve agora como quartel-general de alguns serviços da Marinha norte-americana. Foi no edifício-sede do Comando de Sistemas Navais, onde trabalham cerca de três mil pessoas, que ocorreu a troca de tiros, pelas 8h20 locais.

Um dos atiradores ficou encurralado entre o terceiro e o quarto andares do edifício. A CNN cita dois trabalhadores, que dizem ter visto o homem armado nos corredores antes de conseguirem sair do prédio. A chefe da polícia confirmou, de manhã, a morte de um dos atiradores, mas não é certo de que se trate deste homem. Lanier disse, ainda de manhã, que “a maior preocupação” da polícia era a possibilidade de existirem dois atiradores ainda por localizar, o que não se concretizou: localizado e identificado um dos suspeitos, as autoridades concluíram que não eram um dos responsáveis pelo tiroteio. Ao início da tarde, Lanier anunciou que a investigação seria entregue a partir desse momento ao FBI.

Uma “tragédia”
Antes do discurso que marcou os cinco anos do colapso financeiro em Wall Street, Barack Obama classificou o tiroteio como uma “tragédia”. “Fui informado da situação pela minha equipa. Ainda não conhecemos todos os factos, mas sabemos que várias pessoas foram baleadas e que algumas foram mortas. Portanto, confrontamo-nos com mais um assassínio em massa e de novo numa instalação militar”, disse o Presidente dos EUA. “Deixei claro à minha equipa que quero uma investigação transparente, de maneira que as autoridades locais e federais estão a trabalhar em conjunto.”

O aparato no local atraiu muitos curiosos, que estão a ser impedidos de se aproximar por barreiras levantadas pela polícia. Num tweet, o mayor do Distrito de Columbia (D.C.), Vincent C. Gray, lançou um apelo para que as pessoas não se aproximem: “Por favor, mantenham-se longe do Washington Navy Yard e da zona circundante nesta manhã.”

Várias forças responderam ao alerta que chegou nesta manhã da margem do rio Anacostia, onde se encontram as instalações navais: a polícia de Washington, o FBI e a Marinha. O espaço aéreo chegou a estar encerrado, durante duas horas, afectando os voos que chegavam e saíam do Reagan National Airport. As seis escolas mais próximas do local também foram encerradas, por precaução.
 

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