Dois mortos em tiroteio em escola nos subúrbios de Seattle

Atirador era um aluno de 14 anos e morreu vítima "da sua própria arma". Há quatro feridos.

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Um jovem abraça um familiar, após o tiroteio David Ryder/Getty Images/AFP

Um aluno de uma escola secundária em Marysville, um subúrbio de Seattle, disparou sobre vários outros estudantes, deixando uma rapariga morta e quatro feridos, e matando-se de seguida a si próprio, segundo a polícia. Este foi o mais recente caso de violência escolar nos Estados Unidos.

Um responsável escolar, que pediu o anonimato à Reuters, identificou o autor dos disparos. Trata-se de Jaylen Fryberg, um americano de 14 anos, que fazia parte das equipas de futebol e luta da escola. Segundo outros relatos, o adolescente era bem-disposto e divertido. 

Três dos feridos estão em estado crítico e um estado grave. Dois são rapazes, um de 15 anos, que levou um disparo na cabeça, e um de 14 anos, que apanhou com uma bala no maxilar, e foram transferidos para o hospital Harborview Medical Center, em Seattle, de acordo com Joanne Roberts, chefe clínica de um centro médico em Everett, Providence, para onde todos os feridos foram primeiro levados, citada pelo jornal norte-americano New York Times. Os outros dois feridos são duas raparigas com menos de 18 anos, que ficaram em Providence, onde fizeram cirurgias à cabeça por causa dos ferimentos.

Depois do tiroteio, a polícia pediu a 30 estudantes e elementos do pessoal da escola para se manterem no estabelecimento de ensino, onde foram questionados sobre o sucedido, avançou o mesmo jornal. A arma usada pelo adolescente foi adquirida legalmente, de acordo com as autoridades.

A mãe de um dos alunos, Medeana Johnson, disse que o seu filho lhe contou que um rapaz tinha uma arma e que disparou na cafeteria, segundo a televisão local KIRO. Outra aluna disse ter recebido um SMS do seu irmão com o mesmo relato: que um aluno tinha disparado na cafeteria.

Josh Iukes, um aluno de 14 anos, estaria no local e descreve o que viu. “Parecia ser um dia normal – ele estava inexpressivo, não estava a dizer nada, depois levantou-se, tirou alguma coisa do bolso, e disparou”, disse o estudante, citado pelo New York Times, adiantando que os alvos eram colegas e amigos de Jaylen Fryberg, que estavam sentados com ele. “Eu vi o primeiro disparo e depois deixei de prestar atenção e fugi”, acrescentou. Para Josh Iukes, havia algo de diferente em Jaylen Fryberg nos últimos dias. “Ele era um dos palhaços da nossa turma”, explicou. “Ele era mesmo divertido. Depois, nos últimos dois dias, já não andava assim.”

Segundo algumas testemunhas, os rapazes feridos eram primos do adolescente. Bella Panjeli, do nono ano, que frequenta outra escola, e amiga de uma das raparigas feridas dá uma explicação para o tiroteio. “Ouvi dizer que ele [Jaylen Fryberg] convidou-a para sair e ela rejeitou-o por estar com o seu primo”, disse Bella Panjeli, à saída de uma vigília que estava a ser realizada numa igreja da comunidade. A adolescente descreve a rapariga como “bonita” e “muito, muito querida”. “Foi uma luta por uma rapariga”, resumiu, citada pela agência Reuters.

Na quinta-feira, o autor dos disparos tinha desabafado na sua conta de Twitter: “Estou destroçado… Mesmo… Sei que parece que estou a conseguir ultrapassar… Mas não estou… E nunca vou ser capaz.”

“Não há palavras para descrever este tipo de tragédia”, disse Jon Nehring, mayor de Marysville, citado pelo jornal norte-americano Washington Post. Em Junho, a região de Seattle já tinha sido alvo de um acontecimento semelhante, quando um homem disparou no campus da Universidade Seattle Pacific, matando uma pessoa e ferindo outras três.

Mas as tragédias semelhantes que têm acontecido no país acabaram por trazer uma capacidade de resposta inédita à comunidade de Marysville. As autoridades hospitalares sabiam o que fazer caso houvesse um novo tiroteio na região, e sexta-feira de manhã, mal foi dado o alerta, apareceram imediatamente 12 médicos para lidar com os feridos, além do pessoal auxiliar.

“Temíamos que este dia acontecesse na nossa comunidade”, disse Joanne Roberts, citada pelo New York Times. “Por muito horrível que a situação seja, nós estávamos realmente preparados.”

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