Atirador é um dos quatro mortos do tiroteio na base militar dos EUA

Soldado estava a ser seguido por suspeitas de stress pós-traumático. Tiroteio aconteceu na mesma base onde Hassan Nidal matou 13 pessoas há cinco anos.

Em 2009, a base de Fort Hood foi palco do ataque mais mortífero de sempre numa instalação militar doméstica norte-americana
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Em 2009, a base de Fort Hood foi palco do ataque mais mortífero de sempre numa instalação militar doméstica norte-americana Reuters
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Numa curta declaração, Barack Obama disse estar “inconsolável” com o incidente Reuters/Lerry Downing

Um soldado abriu fogo na base militar de Fort Hood, matou três colegas e feriu 16 antes de se suicidar. Foi nesta base do Texas que aconteceu o pior ataque de sempre numa instalação militar nos Estados Unidos, em 2009, quando o major Nidal Hassan matou 13 pessoas e feriu 32.

O atirador foi identificado como Ivan Lopez, de 34 anos. O soldado que serviu quatro meses no Iraque em 2011 tinha questões “de saúde mental e de comportamento”, disse o comandante da base, o tenente-general Mark A. Milley. Estava a receber tratamento para a ansiedade e depressão enquanto era avaliado para se perceber se sofria de stress pós-traumático.

“Não há nenhuma indicação de que este incidente esteja relacionado com terrorismo, mas não estamos a excluir nada”, afirmou Milley – Hassan, o atacante de há cinco anos, justificou os seus actos como uma forma de proteger os taliban das tropas norte-americanas ali treinadas e que estavam prestes a partir para o Afeganistão. Em final de Agosto do ano passado foi condenado à morte.

A meio da tarde de quarta-feira, o comando da base ordenou que todo o seu pessoal procurasse abrigo depois de um homem ter aberto fogo nas instalações. O soldado fez os primeiros disparos a partir de uma viatura e junto a um centro médico no interior da base, antes de avançar para outro edifício.

Sabe-se que Ivan Lopez tinha vestido a sua farda de combate e que usou uma pistola Smith & Wesson calibre 45 que tinha comprado recentemente. Uma polícia militar aproximou-se e ele chegou a pôr as mãos ao alto; depois, levou uma mão até ao blusão e a agente apontou-lhe a sua arma – foi quando Lopez apontou a sua própria arma à cabeça e disparou.

"Ela fez o seu trabalho. Fez exactamente o que esperaríamos de um membro da polícia militar do Exército dos EUA", afirmou o general Milley.

Numa curta declaração ao país a partir de Chicago, o Presidente Barack Obama manifestou-se “inconsolável” com o incidente. “Iremos até ao fim para saber exactamente o que aconteceu. Estamos desolados por uma coisa destas ter acontecido novamente”, disse Obama, referindo-se ao tiroteio de 2009.

O governador do Texas, Rick Perry, disse que o Estado vai disponibilizar “todos os recursos necessários” para ajudar as vítimas e as suas famílias. “Fort Hood já provou a sua capacidade de resistência e vai fazê-lo de novo”, afirmou Perry. O senador texano John Cornyn disse que nenhuma comunidade deveria passar por uma experiência tão violenta. “Esta noite, os corações dos texanos voltaram a estar muito pesados. Os acontecimentos em Fort Hood são tristemente demasiado familiares e ainda demasiado frescos nas nossas memórias”.

Fort Hood é uma das maiores bases militares do mundo, com duas divisões em permanência (a 1.ª Cavalaria e a 4.ª Infantaria Mecanizada) e outras 12 ali estacionadas. Com 45.414 soldados, Fort Hood emprega 8900 civis.

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