Testemunhas denunciam assassinato de 90 pessoas na Nigéria

Guerrilheiros, suspeitos de pertencerem a grupo islamita, atacaram aldeia no Nordeste da Nigéria, adiantam habitantes. Centenas de pessoas terão fugido.

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Corpos de vítimas do ataque feito em Konduga, na semana passada, pelo grupo islamita Boko Haram AFP

Vários guerrilheiros, suspeitos de pertencerem a um grupo islamita, mataram pelo menos 90 pessoas numa aldeia no Nordeste da Nigéria, neste domingo de manhã, dizem testemunhas.

Os guerrilheiros, que pertenceriam ao grupo Boko Haram, rodearam a aldeia de Izge, no estado de Borno, perto da fronteira com os Camarões, e dispararam balas, provocaram explosões e queimaram dúzias de casas, segundo testemunhas.

“Enquanto estou a falar, todos os corpos das vítimas mortas ainda estão nas ruas”, disse por telefone à Reuters Abubakar Usman, um residente da aldeia. “Fugimos sem enterrá-los, com medo que os terroristas ainda estivessem à espreita nos arbustos.”

Lawal Tanko, comissário da polícia do estado de Borno, confirmou o ataque mas não deu detalhes sobre o número de mortos. Outra testemunha, Lawan Madu, disse que centenas de residentes fugiram da aldeia.

O Presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, ordenou em Maio a alocação de mais tropas para o Nordeste do país para tentar esmagar os insurgentes, que querem criar um estado islâmico no norte da Nigéria, uma região com uma grande proporção de muçulmanos.

Mas o esforço do Presidente foi em vão. O grupo islamita, que já matou milhares de pessoas, fugiu e retirou-se para uma zona mais remota, na região montanhosa de Gwoza, que faz fronteira com os Camarões. É a partir desta região que o grupo Boko Haram continua a organizar ataques mortais que alvejam cada vez mais os civis.  

Goodluck Jonathan poderá ser reeleito nas eleições presidenciais daqui a um ano, mas o grupo Boko Haram, que surgiu há quatro anos e meio, é um grande problema para o actual Presidente. Na semana passada, o grupo matou 51 pessoas na zona governamental em Konduga, uma povoação no estado de Borno. Os guerrilheiros apareceram em camiões pintados com cores militares.

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