Teme-se que centenas de pessoas tenham morrido no Mediterrâneo

Várias embarcações com somalis terão naufragado ao largo do Egipto.

Teme-se que centenas de pessoas tenham morrido afogadas no Mediterrâneo, porque as quatro embarcações superlotadas em que seguiam, com cerca de 400 pessoas, naufragaram ao largo do Egipto. É essa a história que contaram à BBC 41 sobreviventes que estão agora na cidade grega de Kalamata, no Sul da Grécia, embora não exista uma confirmação oficial.

A notícia foi avançada esta manhã pela BBC em árabe, depois de o acidente ter sido noticiado por media somalis e de surgirem nas redes sociais vídeos do salvamento de alguns dos imigrantes que seguiam a bordo – alguns eram eritreus e havia etíopes também.

Terão sido salvos por um cargueiro e levados para a Grécia, embora o seu objectivo fosse chegar a Itália. As guardas costeiras grega e italiana continuam sem ter confirmação deste naufrágio, que está a ser investigado pelo embaixador da Somália no Egipto.

No entanto,  Presidente italiano, Sergio Mattarella, comentou já a nova tragédia no mar, como se fosse um facto confirmado: “É realmente necessário pensar hoje, perante uma enésima tragédia em que morreram centenas de pessoas, e quando passa um ano sobre um tragédia em que morreram 800 pessoas”, afirmou o governante. Recordava outro naufrágio, que desencadeou a tentativa da União Europeia para pôr de pé uma nova política conjunta para a imigração e os refugiados, com quotas de redistribuição, que ainda hoje não conseguiu arrancar.

O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, apresenta esta segunda-feira, no entanto, a proposta de um novo pacto para a imigração no Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da União Europeia. Pretende reduzir os fluxos migratórios para a Europa, sobretudo provenientes dos países africanos, avançando em várias frentes.

Por exemplo, explica a agência italiana Ansa, projectos de investimento de alto impacto social nos países de origem da imigração, criação de títulos de dívida  UE-África (eurobonds) para financiar projectos estruturais e facilitar o acesso dos países africanos aos mercados financeiros internacionais, criação de instrumentos legais para o acesso de imigrantes aos mercados de trabalho europeus, e várias medidas de cooperação ao nível da segurança e da possibilidade de repatriamento dos que imigram de forma ilegal.

Berlim, no entanto, já recusou a ideia da criação de eurobonds para financiar despesas dos Estados da UE com a política migratória, diz o jornal La Stampa, citando o porta-voz de Angela Merkel, Steffen Seibert.

O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Paolo Gentiloni, apela a encarar com "prudência" a notícia do naufrágio destas 400 pessoas, mas reconhece que surgiu num momento políticamente oportuno. "Estamos a procurar confirmações, sobretudo das autoridades egípcias. De qualquer forma, é mais um motivo para discutir o pacto de imigração preparado pela Itália."

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