Tamerlan Tsarnaev interessou-se por supremacia branca

Um dos suspeitos dos atentados de Boston tinha assinado publicações defendendo posições de extrema-direita e teorias da conspiração.

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Tamerlan e Dzhokhar Tsarnaev: supremacismo branco e teorias da conspiração juntam-se ao jihadismo radical nas influências dos suspeitos dos ataques da maratona de Boston Reuters

Até agora os irmãos Tsarnaev eram vistos como jihadistas radicalizados. Mas uma investigação do Panorama da BBC, que tentou ir ao fundo das causas da sua radicalização, descobriu mais um ingrediente: ideias de extrema-direita e teorias da conspiração.

Antes do ataque na maratona de Boston, em Abril, o irmão mais velho, Tamerlan, tinha assinado revistas defendendo supremacia branca, ideias de extrema-direita e teorias da conspiração anti-Governo. Tamerlan Tsarnaev tinha artigos em que se diziam coisas como “Hitler tinha razão em algumas coisas”, que os atentados de 11 de Setembro de 2011 e de Oklahoma em 1995 eram obra do Governo e ainda outro que falava da “violação dos nossos direitos de armas”.

Tinha ainda em sua posse artigos sobre assassinos em massa – o que os motivava e como assassinavam com calma.

Havia também materiais sobre os civis mortos por drones americanos e sobre os detidos em Guantánamo.  

Amigos dos irmãos, de etnia tchetchena a viver em Boston na última década, apontaram entre os motivos da radicalização dos Tsarnaev o facto da carreira de pugilista de Tamerlan não avançar por ele não ter cidadania americana.

“Ele não gostava da América”, contou um dos amigos, sem querer ser identificado. “Ele sentia que a América estava basicamente a atacar todos os países do Médio Oriente para lhes tentar tirar o petróleo.”

O irmão mais jovem, Dzhokhar, tinha deixado uma nota antes de ser capturado pela polícia dizendo: “Nós, muçulmanos, somos só um corpo. Atingem um de nós, atingem-nos a todos”. Os irmão tinham frequentado sites islamistas antes dos ataques.

Da mesquita que Tamerlan visitava, uma porta-voz, Nicole Mossalam, descreveu-o como “um muçulmano de conveniência” que aparecia ocasionalmente. “Quanto à ligação com a comunidade aqui, a rezar, a estar envolvido, fazer acções de caridade… faltava tudo isso”, disse.

Dzhokhar era influenciado pelo irmão mais velho, que não aprovava o estilo de vida do mais novo (festas, fumar marijuana, etc). Também a mãe, Zubeidat, é vista como uma forte influência na radicalização dos irmãos.

Tamerlan foi morto pela polícia durante uma perseguição e Dzhokhar acabou capturado horas depois.   

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