Taliban lançam ofensiva no Sul do Afeganistão

Exército afegão garante que está a conseguir travar a progressão de cerca de 800 combatentes.

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Posto de controlo da polícia na provínicia de Helmand Abdul Malik/AFP

Várias centenas de rebeldes taliban envolveram-se em combates com o exército afegão esta quarta-feira, numa batalha que dura já há alguns dias no instável Sul do Afeganistão. A ofensiva é vista com um teste para os soldados afegãos, que vão ficar os únicos responsáveis pela segurança do país depois da retirada das tropas norte-americanas no final do ano.

Segundo as autoridades afegãs, cerca de 800 taliban combatem o exército há cinco dias em vários distritos da província de Helmand (sul), um dos seus bastiões mais importantes há dez anos.

Este assalto e os combates que se seguiram já fizeram mais de 150 mortos, segundo as autoridades: cerca de uma centena de taliban, 21 soldados e perto de 40 civis, incluindo mulheres e crianças. Mais de duas mil famílias, ou seja, entre 10 mil e 20 mil pessoas, já fugiram da região.

Em comunicado, o Ministério da Defesa assegura que os atacantes, incluindo combatentes estrangeiros, “encontraram uma forte resistência por parte do exército nacional afegão, e não conseguiram atingir os seus objectivos.”

Esta ofensiva acontece no momento delicado em que as forças da NATO (maioritariamente norte-americanas), que apoiam o Governo contra os taliban depois da queda destes em 2001, devem deixar o país até ao fim do ano. Muitas tropas e material militar já começaram a regressar aos EUA.

O porta-voz do Ministério da Defesa, Mohammad Zaher Azimi, explicou que os taliban passaram à ofensiva porque o exército afegão “já não tem a cobertura aérea que a NATO podia fornecer no passado”. Foi isso que, segundo Azimi, “permitiu aos taliban circularem livremente em certas zonas e mobilizarem-se para grandes ataques.”

Um possível ressurgimento militar dos taliban preocupa afegãos e a comunidade internacional, num momento em que o processo eleitoral para a designação do novo Presidente para suceder a Hamid Karzai está em ponto morto, devido a acusações de fraude.

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