Suspeito de Boston diz que motivação para atentado foram guerras americanas

O alegado "bombista nº. 2" reconheceu ter colocado um explosivo e referiu as guerras no Afeganistão e Iraque como motivo para a acção. Dzhokhar em situação "estável", diz comunicado do FBI.

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Dzhokhar Tsarnaev: para já tudo aponta para que o suspeito e o irmão agiram sozinhos Reuters

Dzhokhar Tsarnaev, o suspeito dos atentados da maratona de Boston que se temia ter ferimentos que o impedissem de falar, começou a dar informações aos investigadores, dizem os diários norte-americanos Washington Post e New York Times

Fontes sob anonimato disseram que, da sua cama de hospital, o suspeito de 19 anos admitiu o seu papel na colocação dos explosivos perto da linha da meta da maratona de Boston. E respondeu à questão mais aguardada, o motivo dos ataques. O que o moveu, a si e ao seu irmão mais velho, Tamerlan, 26 anos, foram as guerras que os Estados Unidos levaram a cabo no Iraque e Afeganistão, declarou.

Os investigadores estão ainda a analisar uma viagem de Tamerlan à Rússia, em que o suspeito terá visitado a região do Norte do Cáucaso, de onde era originário, mas a teoria para já é de que os dois agiram sozinhos e não instruídos por um grupo radical.

Dzhokhar, dizem, deu “informação limitada” que aponta nesse sentido na sessão de tribunal, que foi realizada no seu quarto de hospital.

“São pessoas a operar dentro dos EUA sem uma ligação” a um grupo estrangeiro, disse um responsável ao Washington Post.

As declarações do suspeito terão sido feitas no domingo, segundo o New York Times. Dzhokhar foi entretanto formalmente acusado, na segunda-feira, podendo enfrentar a pena de morte.

O suspeito terá detonado a segunda bomba, segundo a descrição da acusação. Terá ficado ferido na sequência da troca de tiros com a polícia em que morreu o irmão, e da sua própria captura, várias horas depois. Um novo comunicado do FBI diz que a sua condição já não é grave, mas sim estável.

No texto da acusação são detalhadas as acções dos dois suspeitos, apanhadas pelas câmaras de vigilância de restaurantes perto, antes e depois das duas explosões que mataram três pessoas e deixaram 264 feridas.

Entre os feridos, 51 continuam internados. Muitas pessoas têm continuado a recorrer a tratamento hospitalar para ferimentos que não melhoraram nos últimos dias, ou para problemas de audição, segundo fontes hospitalares.

Ainda nesta terça-feira, realizou-se o funeral do mais novo dos mortos no atentado, Martin Richard, de 8 anos, numa cerimónia privada.   

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