Supremo italiano anula condenações de Amanda Knox e Raffaele Sollecito

Chegou ao fim uma saga legal de sete anos, já que o tribunal decidiu que não haverá repetição do julgamento.

Foto
Amanda Knox numa entrevista recente no programa Good Morning America Andrew Kelly/Reuters

Numa reviravolta inesperada, e após dez horas de deliberações, o mais alto tribunal italiano decidiu esta sexta-feira à noite anular uma condenação anterior da norte-americana Amanda Knox e do seu ex-namorado italiano Raffaele Sollecito pela morte da britânica Meredith Kercher, em 2007.

O tribunal decidiu ainda que não haverá novo julgamento sobre o caso. Knox, 27 anos, e Sollecito, 30, foram condenados e ilibados duas vezes pelo assassínio de Kercher, de 21 anos, esfaqueada numa casa que ambas as estudantes partilhavam em Perugia, no centro de Itália.

Após a primeira condenação, em 2009, o par foi ilibado, e libertado, em 2011. Mas a ilibação foi revertida em recurso e, no ano passado, um tribunal de Florença condenou de novo os dois às penas originais, de 28 anos e meio e 25 anos de prisão, respectivamente. Se no veredicto de hoje a decisão fosse mantida, os EUA teriam muita dificuldade em evitar extraditar Knox, que regressou a Seattle, a sua cidade natal, logo após ter sido libertada, em 2011.

“Estou tremendamente aliviada e grata pela decisão”, disse Knox numa declaração através do seu advogado. “Saber que estava inocente deu-me força nos períodos mais negros desta saga.” E durante este período, “recebi um apoio inestimável de família, amigos, e estranhos. Quero dizer-lhes: obrigada do fundo do coração. A vossa bondade foi o meu apoio. Apenas desejava que pudesse agradecer a cada um de vocês pessoalmente.”

Nos EUA, Knox sempre foi vista como uma vítima de uma investigação falhada e de um sistema legal imperfeito. Tanto a americana como o seu então namorado italiano mantiveram sempre que estavam inocentes.

A acusação dizia que Knox e Sollecito teriam morto Kercher quando um jogo sexual teria ido longe demais. O tribunal de Florença apontava antes como motivo uma zanga entre as duas companheiras de casa para manter o veredicto de culpados.

Uma terceira pessoa, Rudy Guede, da Costa do Marfim, foi condenado em 2008 pela morte da britânica e cumpriu quase metade da pena de 16 anos de prisão. 

Sugerir correcção
Ler 2 comentários