Strauss-Kahn antevê que medidas impostas à Grécia vão ter “efeito devastador”

Ex-dirigente do FMI muito crítico em relação à Alemanha.

Foto
Strauss-Kahn foi detido em Maio, acusado de agressões sexuais Todd Heisler/Reuters

A culpa, já se sabe, é da Alemanha e o ex-dirigente do Fundo Monetário Europeu (FMI), Dominique Strauss-Kahn di-lo com todas as letras numa “carta aos meus amigos alemães”, publicada pelo jornal francês Le Figaro, neste domingo.

Nesta missiva, o francês diz que as medidas “draconianas” impostas à Grécia foram ditadas pela "ideologia e não pelo interesse europeu". A Alemanha impos uma ditadura que pode "levar a União Europeia à ruína", antevendo ainda que as medidas impostas podem ter um “efeito devastador”.

E a Alemanha fê-lo para conseguir uma “vitória ideológica sobre um governo de extrema-esquerda”, o grego de Alexis Tsipras, pondo em risco a União Europeia, acrescenta.

Apesar de Strauss-Kahn saudar a hipótese levantada pela Alemanha da saída da Grécia do euro ter sido descartada, lamenta “as condições deste acordo”. O que aconteceu no último fim-de-semana é “prejudicial”, “quase mortal”, escreve.

Entretanto, o primeiro-ministro francês Manuel Valls já respondeu à carta de Strauss-Kahn declarando que é preciso ter uma visão “optimista” e não olhar para o passado. “Podemos sair, progressivamente desta crise, mas é preciso tomar iniciativas para reforçar a zona euro. Tudo está a ir no bom caminho e de acordo com o que é necessário”, disse, citado pelo Le Figaro.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários