Sismo na Suíça pode ter sido causado por experiências geotérmicas

Abalo de magnitude 3,6 foi sentido na zona leste do país.

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O sismo ocorreu perto da cidade de St. Gallen Michael Buholzer/Reuters/arquivo

Um sismo de magnitude 3,6 que foi registado neste sábado na Suíça poderá ter sido causado por perfurações de grande profundidade feitas no âmbito de um projecto geotérmico. O sismo afectou uma área da zona leste do país, segundo anunciou inicialmente o Serviço Sismológico do país citado pela AFP.

Agora, de acordo com novas informações avançadas num comunicado conjunto do Serviço Sismológico da Suíça e da Escola Politécnica Federal de Zurique, o sismo poderá ter tido origem em experiências geotérmicas recentes que tiveram lugar naquela zona.

“Nos próximos dias, não se pode excluir a ocorrência de novos sismos”, diz o comunicado, que recorda que o abalo foi sentido às 5h30 (4h30 de Lisboa) na cidade de St. Gallen e a quatro quilómetros de profundidade.

“O sismo está provavelmente ligado aos ensaios e actividades de estimulação realizados com perfurações de um projecto de geotermia em St. Gallen, onde muitos microssismos tinham já sido registados nos últimos dias”, lê-se na nota, que diz que o abalo foi “largamente sentido” em toda a região.

Quanto a consequências, as autoridades admitem que, perante a magnitude e profundidade do abalo, não são de excluir pequenos danos nos edifícios daquela zona. O Serviço Sismológico da Suíça registou um outro sismo de magnitude 3,8 no cantão Appenzell Rhodes-Extérieures, perto de Herisau, precisamente à mesma hora.

Os responsáveis pelo projecto também já fizeram uma conferência de imprensa onde anunciaram a interrupção temporária dos trabalhos naquela zona até analisarem todos os dados e estabilizarem a perfuração. O engenheiro responsável pelo projecto adiantou que o abalo pode ter origem nas injecções de água feitas na sexta-feira para bloquear a saída de gases que surgiram de forma imprevista.

A Suíça é uma região com uma actividade sísmica considerada moderada. Todos os anos, entre 500 a 800 sismos são registados no país mas, em média, apenas dez são suficientemente fortes para serem sentidos.
 
 

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