Síria denuncia ataque aéreo de Israel perto de Damasco

O jornal Haaretz, citando um relatório da ONU, diz que o Governo israelita está há 18 meses a colaborar com a oposição armada a Assad.

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Combatente xiita na fronteira entre o Líbano e a Síria AFP

O Governo sírio anunciou este domingo que a Força Aérea israelita realizou dois ataques dentro do seu território, um deles a 25 quilómetros de Damasco, numa zona de combates entre o Exército fiel a Bashar al-Assad e a oposição armada.

A informação foi divulgada pela agência noticiosa síria Sana, que especifica que os caças israelitas atacaram em Al Dimas, nos arredores da capital, e noutra localidade perto da fronteira com o Líbano.

A informação foi confirmada pelos media do Hezbollah, a milícia xiita libanesa, pró-síria. Do lado de Israel não houve confirmação, mas os líderes em Telavive disseram, por diversas vezes, que atacariam alvos sírios sempre que considerassem necessário, para impedir a chegada de determinado tipo de armas ao Hezbollah.

A confirmar-se, este não foi o primeiro ataque istraelita em território sírio, apesar do Governo israelita nunca os ter admitido. O último ocorreu em Junho, depois de um morteiro disparado da Síria ter morto um adolescente junto à fronteira, no lado israelita.

De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, um grupo de oposição a Bashar al-Assad que tem uma rede de informação no terreno, registaram-se cerca de dez explosões em Al Dimas, mas as fontes não puderam atribuir uma origem ao ataque.

O jornal israelita Jerusalem Post avançava também com a notícia explicando que o alvo em Al Dimas terá sido uma caravana militar que transportava mísseis S300, de fabrico russo, da Síria para o Líbano. Em Setembro, o Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a entrega dos componentes para estes mísseis seria interrompida, mas os grupos que combatem o regime de Assad contradizem-se quanto à questão de o líder sírio ter ou não na sua posse esta arma anti-aérea.

O regime de Damasco classificou o ataque israelita de "agressão flagrante" e adiantou que foram destruídas infraestruturas, não especificando quais. "As agressões de Israel não vão desanimar o Governo na sua luta contra o terrorismo", diz um comunicado do comando geral do Exército sírio, que acusa Israel de estar "ligado ao terrorismo regional". A Sana divulgou imagens de edifícios que diz terem sido destruídos pelos bombardeamentos israelitas.

Coincidindo com este ataque, o jornal israelita Ha'aretz avançava a notícia, sustentada por um relatório dos observadores das Nações Unidas nos Montes Golã, de que o Governo israelita está a cooperar com grupos da oposição armada a Assad há 18 meses.

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