Síria, as marcas de um longo suplício

Em apenas quatro anos, o balanço da guerra na Síria é devastador: 220 mil mortos, dos quais 76 mil só em 2014; quase quatro milhões de refugiados fora de fronteiras; cerca de 6,7 milhões de deslocados dentro da própria Síria, devido aos combates; e uma onda de destruição sem precedentes, que fez com que, vista do espaço, via satélite, a Síria tenha hoje menos 83% das luzes visíveis do que há quatro anos atrás. Estas imagens, aliás, são tão impressionantes, pelo notório “apagamento” do país numa onda crescente de trevas, quanto as dos edifícios reduzidos a escombros nas muitas fotografias terrestres que dão conta das marcas deste longo suplício. O pior é que, chegados aqui, e passados quatro anos, não há no horizonte soluções credíveis para estancar o morticínio nem para desenhar um futuro humano para a Síria. Assad resiste, a crise humanitária alastra e nenhuma falsa piedade será capaz de fazer o que é necessário: pôr um fim a isto.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários