Sexta noite de incidentes em Estocolmo

Número de casos diminiu face à noite anterior, o que pode estar relacionado com o reforço policial.

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Pela sexta noite consecutiva, foram incendiados carros em bairros desfavorecidos da periferia de Estocolmo, onde a tensão parece, no entanto, ter diminuído de intensidade, segundo a agência AFP.

Um fotógrafo da agência viu um veículo a arder em Tensta, onde os bombeiros controlaram um incêndio numa escola. Foi ainda ateado fogo a carros em três outros bairros, segundo a agência noticiosa sueca TT.

O balanço da Reuters dá conta do incêndio de duas a três dezenas de veículos nos subúrbios da capital.

Também em Oerebro, 160 quilómetros a ocidente de Estocolmo, foi ateado fogo a uma escola e a alguns automóveis, mas a situação acalmou por volta da meia-noite (22h em Portugal Continental).

Apesar das ocorrências da noite, foi menor o número de casos face ao da noite anterior, o que poderá estar relacionado com a mobilização de forças policiais suplementares. Na noite de quinta para sexta-feira os bombeiros foram chamados a acorrer a 70 situações de incêndio em carros, lixeiras ou edifícios. Foram detidos 13 jovens com idades entre os 17 e os 26 anos.

Na sexta-feira, a polícia anunciou o reforço de efectivos com polícias deslocados de Gotemburgo e de Malmo. A participação de pais de jovens e de voluntários de associações de residentes em rondas terá também contribuído para reduzir a tensão, disse um porta-voz da polícia, Kjell Lindgren.

Um participante nos incidentes, identificado com pseudónimo, disse à rádio pública sueca que os incidentes dos últimos dias são uma revolta contra o desemprego e o racismo.

Os incidentes das últimas noites seguiram-se à morte pela polícia de um homem identificado na sexta-feira como português – Lenine Relvas-Martins, emigrante na Suécia desde 1975 – e relançaram o debate sobre a integração de imigrantes que representam 15% da população. Incidentes semelhantes aos actuais, que contrariam a imagem de paraíso social do país, ocorreram em 2010 em Rinkeby e em Malmo, no Sul.

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