Separatistas boicotam eleições no Leste da Ucrânia e enfrentam Rinat Akhmetov

Na cidade de Donetsk não abriu nenhuma mesa de voto. Estima-se que apenas 20% das secções estão abertas nas províncias de Donetsk e Lugansk, no Leste do país.

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Vários homens armados juntaram-se à porta da mansão do homem mais rico da Ucrânia Iannis Behrakis/Reuters
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Em Kiev as eleições não foram perturbadas Gleb Garanich/Reuters
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Petro Poroshenko é o favorito à vitória Gleb Garanich/Reuters
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Em Donetsk foi organizado um voto de protesto, com as caras de candidatos e de membros do Governo interino num alvo Maxim Zmeiev/Reuters
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Uma mulher deposita o boletim numa mesa de voto ambulanete em Kosmach, na zona ocidental da Ucrânia Kacper Pempel/Reuters

Como se esperava, as eleições presidenciais ucranianas estão a ser boicotadas na região Leste do país. Nas províncias de Donetsk e Lugansk, as milícias pró-russas impediram a abertura de mesas de voto, destruíram boletins e juntaram-se à entrada da mansão do homem mais rico do país, Rinat Akhmetov, que tem criticado os separatistas.

As autoridades ucranianas dizem que apenas 20% das mesas de voto estavam a funcionar em Donetsk e Lugansk, duas regiões com cerca de cinco milhões de habitantes. Na cidade de Donetsk, onde vivem cerca de um milhão de pessoas, não foi aberta nenhuma mesa de voto e as ruas estavam desertas, segundo o relato da agência Reuters.

Na mesma cidade, vários homens armados juntaram-se em frente à mansão do homem mais rico da Ucrânia, Rinat Akhmetov, numa demonstração de que os seus apelos à luta contra os separatistas pró-russos não afectaram o equilíbrio de poder na região.

Nas últimas duas semanas, Akhmetov tentou mobilizar os cerca de 300.000 trabalhadores do seu grupo, o Metinvest, para travar o domínio separatista nas províncias de Donetsk e Lugansk, mas o máximo que conseguiu foi recuperar o controlo da cidade de Mariupol.

O multimilionário ucraniano está neste domingo na capital, Kiev, e não deverá conseguir votar na sua região. “O sr. Akhmetov está em Kiev. Tinha planeado regressar a Donetsk para votar, mas como podem ver pelo que se está a passar, isso não tem sido possível”, anunciou um dos seus porta-vozes, citado pela Reuters.

Apesar da tensão junto à residência de Akhmetov, as agências noticiosas avançam que os homens armados acabaram por começar a negociar com a guarda pessoas do magnata, pelo que a situação está agora mais calma.

A Ucrânia vota hoje para eleger o primeiro Presidente após a deposição de Viktor Ianukovich, em Fevereiro. Apesar de não haver registo de distúrbios na maior parte do território, o facto de as províncias de Donetsk e Lugansk não terem condições para realizar o escrutínio tem levado algumas organizações independentes a questionarem a legitimidade dos resultados.

Apesar disso, a União Europeia e os Estados Unidos já fizeram saber que vão reconhecer o acto eleitoral, e a Rússia anunciou que irá “respeitar” os resultados.

O favorito é Petro Poroshenko, um oligarca conhecido como o “rei do chocolate”, que é favorável à aproximação à União Europeia, mas que não tem tido o cuidado de não hostilizar o Presidente russo, Vladimir Putin.

As sondagens apontam para uma possível vitória de Poroshenko à primeira volta, com a sua principal adversária, a antiga primeira-ministra Iulia Timoshenko, a grande distância. Os resultados finais só deverão ser conhecidos na segunda-feira.

Se não houver um vencedor já este domingo, a segunda volta terá como protagonistas os dois candidatos mais votados, e deverá realizar-se no próximo dia 15 de Junho.

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