Senado reprova oleoduto Keystone XL por apenas um voto

Tema deverá voltar a ser votado no próximo ano, já num Senado com maioria do Partido Republicano.

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A senadora democrata Mary Landrieu bateu-se pela aprovação no meio de uma disputa eleitoral Saul LOEB/AFP

A maioria do Partido Democrata no Senado travou a extensão do oleoduto Keystone XL, um tema que se foi transformando ao longo dos últimos anos num dos principais símbolos da luta dos ambientalistas nos Estados Unidos.

Na sexta-feira passada, a Câmara dos Representantes (a câmara baixa do Congresso norte-americano) aprovou a proposta pela 9.ª vez, mas o Senado, dominado até Janeiro pelo Partido Democrata, votou nesta terça-feira em sentido contrário.

O oleoduto Keystone já transporta petróleo do Canadá para os Estados Unidos, mas o que está em causa é a construção de um segmento até ao Golfo do México, no estado do Texas. O Partido Republicano defende a construção por considerar que vai criar milhares de postos de trabalho, mas o Presidente Barack Obama tem dito que o impacto na criação de emprego será muito reduzido e de curto prazo, ao contrário dos potenciais impactos ambientais.

Desta vez, para além da habitual divergência entre o Partido Republicano e a Administração Obama (muitos congressistas democratas também defendem a construção do oleoduto), o debate ficou intimamente ligado à segunda volta das eleições para o Senado no estado do Louisiana, que vai decorrer no dia 6 de Dezembro, e que opõe a democrata Mary Landrieu ao republicano Bill Cassidy – nenhum dos candidatos obteve pelo menos 50% dos votos nas eleições de 4 de Novembro.

Numa tentativa de aumentar as suas hipóteses de manter um lugar no Senado, a democrata conseguiu que os seus colegas votassem a proposta de lei, devido ao peso das indústrias do petróleo e do gás no Louisiana, mas ficou a apenas um voto do seu objectivo (59 a favor e 41 contra). O seu adversário do Partido Republicano também patrocinou a mesma proposta de lei e também reclamou para si os louros de ter contribuído para que o texto fosse finalmente votado no Senado.

Mesmo que a lei tivesse passado na câmara alta do Congresso, o mais provável seria receber um veto do Presidente Barack Obama – a Casa Branca já disse que vai esperar por uma decisão do Supremo Tribunal do Nebraska sobre a legalidade da passagem do oleoduto pelo estado, mas deixou em aberto a possibilidade de não vetar uma nova proposta no próximo ano.

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