Rússia intensifica ataques na Síria

Mísseis disparados de navios no mar Cáspio. Deir Ezzor alvo dos maiores bombardeamentos de sempre.

Foto
Operações militares na Sìria AFP

Moscovo bombardeou intensamente os principais bastiões do autoproclamado Estado Islâmico no Leste da Síria, em ataques que fizeram dezenas de mortos entre sexta-feira e sábado. Os raides da aviação russa em Deir Ezzor foram “os mais intensos” nesta província desde o início da revolta, em Março de 2011, diz a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

“Pelo menos 36 pessoas, incluindo dez crianças, foram mortas e dezenas feridas em mais de 70 raides de aparelhos russos e sírios contra localidades desta província”, afirma a ONG, que conta com uma vasta rede de médicos e activistas no terreno. Deir Ezzor está quase toda sob controlo dos jihadistas.

Para além dos ataques da aviação, foram lançados 18 mísseis de longo alcance a partir de navios de guerra no mar Cáspio (é a segunda vez que os russos atacam a Síria com mísseis de cruzeiro disparados destes navios). Desta vez, os mísseis atingiram suspeitos alvos do grupo nas províncias de Raqqa (Noroeste, a capital, com o mesmo nome, é uma espécie de quartel-general dos extremistas), Idlib (Noroeste) e Alepo (Noroeste, a maior cidade da Síria).

Apesar desta intensificação, o Presidente Vladimir Putin afirmou que o actual nível de ataques não é suficiente para derrotar o grupo que reivindicou os atentados de Paris na sexta-feira dia 13 – e que a Rússia ataca desde 30 de Setembro. De acordo com a BBC, há um vídeo do Ministério da Defesa russo onde se vêem soldados a escrever mensagens nas bombas que estão a carregar nos aviões, incluindo frases como “Isto é por Paris” ou “Esta é a vingança pelos nossos mortos”.

Moscovo tinha afirmado há dias que tomaria como alvo os camiões-cisterna do Estado Islâmico, que controla a maioria dos campos petrolíferos da Síria (muitos estão precisamente na província de Deir Ezzor). Aliado do regime de Bashar al-Assad, a Rússia intensificou os bombardeamentos contra os extremistas depois da confirmação que uma bomba artesanal explodiu a bordo do avião da companhia russa Metrojet, que se despenhou a 31 de Outubro na Península do Sinai, Egipto, com 224 pessoas a bordo.

Membro da coligação formada pelos Estados Unidos no Verão passado para bombardear os extremistas na Síria e no Iraque, a França coordena agora pela primeira vez as suas operações com a Rússia. Putin ordenou aos seus navios que entrem em “contacto directo” com o porta-aviões Charles de Gaulle que quarta-feira partiu para a região, acompanhado de navios de guerra enviados por Londres e Bruxelas.

 

 

 

Sugerir correcção
Ler 12 comentários