Rússia diz que armas químicas da Síria estão seguras

Consciente do perigo que seria um arsenal químico nas mãos dos rebeldes, Assad reforçou a segurança destas armas.

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Soldado do Exército Livre da Síria num subúrbio de Damasco Karm Seif/Shaam News Network/REUTERS

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros disse este sábado que a Síria concentrou o seu arsenal de armas químicas em “um ou dois” locais para evitar que os rebeldes possam capturá-las.

 Sergei Lavrov explicou que antes as armas químicas estavam “espalhadas” pelo país e que agora, por enquanto, “estão sob controlo”.

O ministro russo também disse que o Presidente Bashar al-Assad não tem quaisquer planos para sair da Síria.

Numa conversa com jornalistas a bordo do avião que o levou de regresso a Moscovo, após uma cimeira EU-Rússia em Bruxelas, Lavrov citou informação russa, mas também dos EUA e da União Europeia para dizer que “o Governo sírio está a fazer tudo o que pode para garantir a segurança dos arsenais de armas químicas”.

Para Lavrov a maior ameaça das armas químicas da Síria é se estas chegarem às mãos dos militantes radicais que querem derrubar o regime de Damasco.

Assad chama "terroristas" a toda a oposição armada, mas a realidade no terreno é que as forças rebeldes são constituídas por muitos opositores ao regime, desertores do exército e alguns grupos islamistas mais radicais, alguns com possíveis ligações à Al-Qaeda. São estes últimos que podem ser considerados verdadeiras ameaças caso deitem a mão aos arsenais químicos sírios.

Do lado americano e europeu tem aumentado a preocupação de que Assad possa utilizar armas químicas contra a rebelião se a situação do regime se tornar desesperada.

O Presidente dos EUA, Barack Obama já avisou Assad de que enfrentaria “consequências” se utilizasse armas químicas contra o povo sírio, sublinhado que tal acto de guerra seria “totalmente inaceitável”. 

Os EUA disseram que essa seria “a linha vermelha” que se fosse ultrapassada ira desencadear uma intervenção militar internacional.

Mas Lavrov considera que o Ocidente não está com muita vontade de intervir na Síria. “Tenho a sensação de que eles estão a rezar para que a Rússia e a China continuem a bloquear a autorização para uma intervenção internacional. Porque se essa decisão for tomada, eles terão que agir e ninguém está pronto para agir.”

O ministro russo disse também que nenhum dos lados vai conseguir vencer a guerra. Contabilizados 21 meses de conflito, já terão morrido na Síria cerca de 44 mil pessoas.

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